Cristiano Corrêa Souza e Silva, antigo dono da loja de chocolates comprada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi ameaçado por denunciar o filho
Redação Publicado em 14/08/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h16
Cristiano Corrêa Souza e Silva, antigo dono da loja de chocolates comprada pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi ameaçado por denunciar o filho do presidente da República. O homem revelou que Flávio mantinha um esquema de notas frias no caixa da loja e vendia itens por preços inferiores aos registrados oficialmente.
O esquema foi revelado durante um depoimento do ex-dono ao Ministério Público Estadual no inquérito que apura o suposto esquema de rachadinha no gabinete de Flávio Bolsonaro, quando era deputado estadual na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). As informações foram reveladas pelo Jornal Nacional, da TV Globo.
Depois de realizar a denúncia, Cristiano e a mulher começaram a sofrer ameaças , inclusive do sócio de Flávio Bolsonaro, Alexandre Ferreira Dias Santini, que o MP suspeita que seja um laranja no esquema. No dia 23 de dezembro de 2016 a esposa de Cristiano recebeu de Santini uma imagem de pessoas sendo enforcadas.
O casal chegou a registrar boletim de ocorrência, mas desistiram do caso com medo de represálias.
Segundo Cristiano Corrêa Souza e Silva, no Natal de 2016, a loja de Flávio estava vendendo produtos por preços abaixo da tabela da Kopenhagen — os clientes conseguiam comprar, por exemplo, panetones por R$ 80, quando o preço era R$ 100. O empresário também é dono de uma franquia, em outro shopping da Barra da Tijuca.
Ao tomar conhecimento do caso, ele fez a denúncia para a matriz, que enviou uma consultora à loja do senador. No local, ela constatou que os valores cheios eram registrados nas notas fiscais e filmou a prática com o próprio celular. A matriz confirmou à TV Globo que a prática irregular foi constatada na ocasião. Segundo a rede, o caso gerou uma advertência e uma multa, já que a venda abaixo da tabela contrariava cláusulas do contrato.
O Ministério Público suspeita que a loja era usada por Flávio para lavar o dinheiro que, segundo a investigação, Flávio arrecadava por meio do esquema de “rachadinha” no antigo gabinete parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
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