O dólar opera em queda nesta terça-feira (9), com os investidores ainda ecoando os resultados do primeiro turno das eleições no domingo e em dia de maior
Redação Publicado em 09/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 11h15
O dólar opera em queda nesta terça-feira (9), com os investidores ainda ecoando os resultados do primeiro turno das eleições no domingo e em dia de maior aversão ao risco no exterior.
Às 10h59, a moeda norte-americana caía 0,39%, vendida a R$ 3,7512
Na máxima, o dólar chegou a R$ 3,7911, e na mínima, atingiu R$ 3,7327.
“O otimismo doméstico está se sobrepondo ao exterior. É muito recente o resultado de domingo”, disse à Reuters o operador da H.Commcor Corretora Cleber Alessie Machado, acrescentando que o fato de o dólar ter fechado longe das mínimas na véspera favorece o movimento nesta sessão.
O mercado tem preferência pelo candidato que se comprometa com a agenda de reformas, entre elas a da Previdência, corte de gastos e ajuste fiscal.
Segundo Machado, o mercado deve reagir a quaisquer sinalizações de um segundo turno dividido, o que acaba por alimentar expectativas com pesquisas eleitorais previstas para os próximos dias, como a do Datafolha nesta quarta-feira (10), a primeira após o primeiro turno.
No exterior, o dólar sobe ante a cesta de moedas e também ante divisas de países emergentes, como o peso chileno. Os investidores estão preocupados com o orçamento italiano e ainda repercutem o corte das previsões de crescimento global feita pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), inclusive para o Brasil, em 2018 e 2019.
O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 7,7 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares para rolagem do vencimento de novembro, no total de US$ 8,027 bilhões. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
No dia anterior, a moeda norte-americana caiu 2,31%, vendida a R$ 3,7658. Foi a maior queda percentual desde o recuo de 5,59% de 8 de junho passado e também o patamar mais baixo de fechamento em dois meses.
Desde agosto, a moeda norte-americana vinha se mantendo acima de R$ 4, em meio a incertezas sobre o cenário eleitoral e também ao cenário externo mais turbulento, o que fez aumentar a procura por proteção em dólar.
A expectativa de que a cautela iria predominar nos mercados foi substituída por ajuste de posições nos últimos pregões, em meio ao resultado das últimas pesquisas eleitorais antes do 1º turno.
O mercado prefere candidatos com viés mais reformista e entende que aqueles com viés mais à esquerda não se enquadram nesse perfil. E, com o resultado das eleições, o mercado entende que o país poderá ser governado por alguém com o perfil adequado à sua preferência.
As flutuações costumam ocorrer conforme cresce a procura pelo dólar ou oferta: se os investidores veem um futuro mais incerto ou arriscado, buscam comprar dólares como um investimento considerado seguro. E quanto mais interessados no dólar, mais caro ele fica.
Outro fator que pressiona o câmbio é a elevação das taxas básicas de juros nas economias avançadas como Estados Unidos e União Europeia, o que incentiva a retirada de dólares dos países emergentes. O mercado tem monitorado ainda a guerra comercial entre Estados Unidos e seus parceiros comerciais e a crise em países como Argentina e Turquia.
A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2018 permaneceu em R$ 3,89 por dólar, segundo previsão de analistas de instituições financeiras divulgada por meio de boletim de mercado pelo Banco Central nesta segunda. Para o fechamento de 2019, ficou estável em R$ 3,83 por dólar.
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