O distanciamento social, que vem sendo adotado em muitas cidades do Brasil para tentar frear o avanço dos casos de covid-19 no país, mantém famílias inteiras
Redação Publicado em 28/03/2020, às 00h00 - Atualizado às 21h28
O distanciamento social, que vem sendo adotado em muitas cidades do Brasil para tentar frear o avanço dos casos de covid-19 no país, mantém famílias inteiras em casa o tempo todo. Com isso, aumentam as chances de acidentes domésticos ocorrerem, principalmente com crianças e idosos. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), dentre os fatores relacionados a acidentes domésticos está o ambiente físico.
Assim, casas pequenas com cozinhas e quartos apertadas são um fator que pode aumentar o risco de acidente. Mais ainda são as casas mal conservadas, com fiação, tubulação ou gás em mau estado, que representam o maior perigo. Segundo a entidade, os locais de acidentes mais frequentes são, nesta ordem: cozinha, banheiro, corredor, escada, quarto e sala.
A cozinha é perigosa porque é lá que queimaduras, cortes e intoxicações podem acontecer. A SBP recomenda que o botijão de gás fique do lado de fora da casa, que tomadas elétricas sejam protegidas e os fios presos, materiais de limpeza devem estar fora do alcance das crianças, assim como objetos cortantes, tais como facas, garfos, pratos e copos de vidro, saca rolhas e espetos. Esses utensílios devem ser guardados em gavetas ou armários com travas.
Nos banheiros, os cosméticos, medicamentos e aparelhos elétricos devem ser mantidos longe do alcance das crianças. O piso deve ser mantido seco e com tapetes antiderrapantes. A fiação do chuveiro deve estar em bom estado e presas no alto. No quarto das crianças, as tomadas devem ter protetores, os móveis não devem ter cantos pontiagudos e os brinquedos devem ser guardados em ordem, para evitar quedas. As janelas devem ter proteção, como telas.
Uma casa com pessoas acima de 65 anos requer ainda mais cuidados para evitar acidentes. As quedas são mais frequente. Segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), um terço dos idosos acima dos 65 anos sofre, a cada ano, pelo menos uma queda. E quanto mais o tempo passa, maior o risco de queda.
Um estudo realizado pela doutora em gerontologia biomédica Iride Caberlon e divulgado pela SBGG mostra que alguns fatores podem causar ou aumentar o risco de quedas dentro de casa. Iluminação insuficiente nos cômodos, superfícies irregulares, pisos escorregadios, objetos espalhados na área de circulação, tapetes soltos, móveis instáveis, camas altas, sofás, cadeiras e vaso sanitário baixo e prateleiras de difícil alcance.
Além disso, o uso de calçados ou chinelos em más condições ou mal adaptados aos pés e solado escorregadio, bem como bengalas e andadores inadequados ou mal adaptados também podem provocar quedas. “Para a prevenção relativa a estes fatores o mais importante é adequar e manter uma casa segura, a qual deve sofrer adequações continuas, conforme as alterações das condições de saúde da pessoa idosa ao longo do período da longevidade”, diz o estudo.
AGENCIA BRASIL
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