Queria ter descoberto antes, é maravilhoso", é o que diz um número cada vez maior de mulheres que, nos últimos anos, começaram a usar o coletor menstrual -
Redação Publicado em 30/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 07h45
Queria ter descoberto antes, é maravilhoso”, é o que diz um número cada vez maior de mulheres que, nos últimos anos, começaram a usar o coletor menstrual – que recolhe o sangue da menstruação em um pequeno copo de silicone inserido no canal vaginal.
A ideia não é nova: os copinhos de coleta menstrual começaram a ser produzidos industrialmente nos anos 1930, com altos e baixos em seu uso ao longo das décadas.
Recentemente, o método se tornou mais popular, graças ao uso de materiais que os tornaram mais confortáveis e hipoalergênicos, além de menos poluentes.
Muitas mulheres começaram a usar o coletor por causa da propaganda boca a boca, especialmente nas redes sociais.
Em um número cada vez maior de fóruns, comunidades e grupos de discussão, elas compartilham experiências, dicas e dúvidas sobre o tema.
No Facebook, há grupos para marcas e até cidades diferentes, exclusivamente sobre o coletor menstrual. Uma das páginas chega a ter mais de 15 mil curtidas.
A BBC conversou com fabricantes e usuárias do copinho para entender suas principais vantagens e desvantagens.
Mudança no material de produção tornou coletores hipoalergênicos e mais populares (Foto: Reprodução/Flickr/Michelle Tribe)
1. Preço: Mesmo que sejam mais caros inicialmente – custam entre R$70,00 e R$120,00, a depender da marca – a longo prazo o coletor é mais econômico, já que elimina a necessidade de comprar absorventes mensalmente.
De acordo com o fabricante de coletores Mooncups, o copinho compensa seu preço em cerca de seis a oito meses. E ele pode durar até 10 anos.
2. Autonomia: Diferentemente dos absorventes, que devem ser trocados em intervalos de poucas horas, os coletores menstruais só precisam ser retirados, esvaziados e lavados aproximadamente a cada 12 horas – apesar de que essa recomendação varia de acordo com o fabricante.
Uma das usuárias, entrevistada pela BBC, Marta (sobrenome omitido a pedido da entrevistada), diz que os coletores “são ideais para situações nas que a pessoa vai ficar muitas horas fora em lugares onde é difícil se trocar, como na praia ou no camping”.
3. Conforto: Para muitas mulheres, cujo fluxo menstrual é pouco, os coletores são particularmente úteis. Os protetores comuns absorvem a umidade vaginal e podem ressecar a vagina, causando desconforto. O copinho, não.
Algumas usuárias afirmam que a sensação de usar o copo de silicone é “mais natural”, já que ele é colocado dentro do canal vaginal.
Também é menor o risco de “Síndrome do Choque Tóxico” (SCT), uma doença rara que pode estar associada ao uso de absorventes internos durante mais de oito horas.
4. Sustentabilidade: Como é reutilizável, o coletor também acaba com a necessidade de embalagens plásticas, caixas e aplicadores. Além disso, não produz resíduo plástico.
1. Adaptação: Pode levar alguns meses para que a mulher se adapte a colocar e retirar o coletor, e deixe de sentir incômodo com o cabo de silicone que fica fora do canal vaginal.
A depender do fabricante do copo de silicone, também é preciso ficar atenta ao tamanho adequado: em geral, há dois tamanhos, para fluxos mais fracos ou mais intensos.
Em alguns casos, também é necessário usar, além do coletor, um absorvente fino, para evitar vazamentos.
Além disso, a maior parte das usuárias entrevistadas pela BBC diz que, no início, parece mais trabalhoso usar o copinho, por causa da necessidade de removê-lo periodicamente para limpar.
2. Contato com o sangue: Para algumas usuárias, o uso do coletor é um desafio porque aumenta o contato com o sangue menstrual. É preciso retirar e esvaziar o copo a cada 12 horas, afinal.
Para Marta, o contato é benéfico para as mulheres, já que o sangramento mensal, é “algo natural que se tornou um tabu”.
Se a pessoa é mais sensível ao sangue, no entanto, pode não ser a melhor opção.
3. Higienização: Como é preciso lavar o coletor depois de esvaziá-lo, é preciso ter acesso a um banheiro onde isso possa ser feito com privacidade.
Algumas mulheres, por exemplo, dizem levar consigo uma garrafa de água, para que possam higienizar o copo em banheiros públicos. Outras esperam para fazê-lo apenas em casa, já que podem usar o método por até 12 horas seguidas.
Em muitos países em desenvolvimento, onde o acesso a absorventes é caro e difícil, a menstruação impede que garotas vão à escola ou participem em atividades sociais.
Diversos projetos recentes em países do continente africano demonstraram que o uso de coletores menstruais por meninas em idade escolar teve um grande impacto tanto em sua educação como em sua vida pessoal.
Para muitas delas, no entanto, o preço inicial do método o torna inacessível, a não ser que ele seja fornecido por organizações de caridade.
Além disso, dificuldades de acesso à água limpa e problemas para manter a higiene do coletor podem facilitar a ocorrência de infecções.
Leia também
ONLYFANS - 7 famosas que entraram na rede de conteúdo adulto para ganhar dinheiro!
VÍDEO: Maíra Cardi ignora comentários e fala sobre "chupar rola" na frente da filha
Pregadora tem vídeo íntimo vazado e faz desabafo: ''Não estou bem''
Após vídeos de sexo vazados, MC IG faz anúncio polêmico ao lado de Mari Ávila
Câmara toma decisão final sobre mandato de Gabriel Monteiro após escândalos sexuais
Projeto com multa de R$ 17,6 mil para quem doar comida continua em tramitação; sistema comprova
“Ninguém vai me forçar a sair”, diz Biden sobre eleições presidenciais
Dólar cai após semanas em meio a reuniões de Lula e Haddad
"Responsabilidade fiscal é compromisso" diz Lula em meio a discordâncias com o BC
Inquérito de apuração da morte de Gal Costa é concluído