Márcio Ferrazzo
Redação Publicado em 10/01/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h34
Márcio Ferrazzo
Nos últimos dias 18, 19 e 20 de dezembro, ocupamos o Viaduto Pompeia com o Festival do Torresmo da Comedoria na Praça, realizado pela agência Moinho de Eventos. O local foi cedido à iniciativa privada através de projeto da prefeitura de São Paulo voltado à revitalização de baixios de viadutos. A empresa vencedora – Pompeia Gastronômica – propõe transformar transformá-lo em um polo voltado, sobretudo, à gastronomia. Através da economia criativa, é possível recuperar, preservar e integrar esses espaços públicos à cidade.
Projetos de obras dos primeiros viadutos sugerem a intenção de seu aproveitamento seja com iniciativas cultuais, educacionais, sociais ou comerciais. No governo de Paulo Maluf, houve a concessão para implantação de estacionamentos pagos, porém, a ausência de contrapartida gerou críticas e revelou certa inconsistência. Marta Suplicy deu um passo adiante concedendo áreas de forma onerosa, com a destinação dos recursos para a construção de moradias populares.
O objetivo dos empreendedores responsáveis pela implantação da Pompeia Gastronômica alia visão social a resultado na última linha da planilha. Uma série de melhorias já foi realizada e diversos formatos de ocupação comercial se encontram em estudo. Espera-se que com persistência e boas ideias, patrocinadores venham a contribuir.
Será, no entanto, necessário vencer desafios estéticos, estruturais e culturais. Em sua maioria, essas áreas podem estar associadas ao conceito de vazios urbanos, pontos vulneráveis. Importante também que a entrega à iniciativa privada ocorra de forma organizada e com fiscalização para evitar ocupação regular associada a usos informais – atividades alheias ao escopo apresentado pela concessionária.
Cidades como Zurique, Nova York, Berlim e Buenos Aires apresentam bons exemplos do que se pretende em São Paulo. Na capital da Argentina, há, inclusive, restaurantes e boates debaixo de viadutos. O caminho de exploração via economia criativa pressupõe geração de lucro, desenvolvimento econômico através de produtos e serviços culturais e de consumo – o que não exclui as contrapartidas sociais.
Além do Viaduto da Pompeia, o Viaduto da Lapa já foi concedido e o Viaduto Antártica se encontra em processo. Respeitando as especificidades de cada região e aproveitando suas potencialidades, São Paulo pode devolver às pessoas áreas que foram sacrificadas para conectar lados opostos através de veículos ou transporte coletivo. E assim favorecer a convivência e a apropriação do espaço público integrando cenários à pé.
Márcio Ferrazzo é comunicólogo, empreendedor e gestor da agência Moinho de Eventos. Coordenou a área de políticas públicas para Juventude da prefeitura de Jundiaí.
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