O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, responsabilizou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo caso do passageiro que chegou
Redação Publicado em 27/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 08h09
O secretário da Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, responsabilizou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo caso do passageiro que chegou da Índia ao Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, e foi diagnosticado nesta quarta-feira (26) com a variante indiana do coronavírus.
Em entrevista à GloboNews, o secretário disse que o viajante não poderia ter sido autorizado a circular pelo aeroporto livremente. Gorinchteyn afirmou ainda que ele já apresentava sintomas da doença, como dor de cabeça.
“Esse indivíduo não pode circular em áreas comuns, fazer uma imigração, pegar mala com outros passageiros. Ele deve ser afastado, este teste [deve ser] realizado em local privado, para que dessa forma, se vier positivo, todas as medidas de isolamento sejam realizadas”, disse o secretário.
Questionado sobre quem deveria ter barrado o passageiro, o secretário disse que “é a Anvisa que é responsável pelos aeroportos” e que “qualquer abordagem a um passageiro com sintomas ou com teste positivo deve ter encaminhamento pela agência”.
A Anvisa, no entanto, nega responsabilidade pelo caso e afirma que o passageiro foi abordado na chegada ao Brasil e declarou que não estava com sintomas.
Movimentação de passageiros no saguão do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na manhã desta segunda-feira, 24 de maio de 2021 — Foto: NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO
“O passageiro em questão chegou ao Brasil com teste negativo, assintomático, e a agência abordou esse passageiro e mais outros 12 viajantes [com passagem pela Índia ou outras áreas de risco], antes da imigração, e lavrou para todos um Termo de Controle Sanitário do Viajante (TCSV)”, afirma a agência.
Em entrevista à GloboNews, Alex Machado, diretor da Anvisa, afirmou que “o papel da Anvisa é identificar o passageiro sintomático” e que “não havia nenhum indício de sintoma” no passageiro diagnosticado com a variante no momento da abordagem no aeroporto.
O diretor reforçou também que a quarentena, no caso deste passageiro, era obrigatória e, ao assinar o termo, ele assumiu o compromisso de se isolar por 14 dias em solo nacional e informar o local onde cumprirá o isolamento.
Após a assinatura do termo, o viajante resolveu fazer um teste para Covid-19 em um laboratório privado localizado no aeroporto de Guarulhos. Depois do exame, embarcou em um voo para o Rio de Janeiro – por ser voo doméstico, não é exigida a apresentação de nenhum exame.
Depois de chegar em Guarulhos, em um voo da Índia com escala no Catar, o passageiro de 32 anos passou ainda pelo Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e por sua cidade natal, Campos dos Goytacazes, antes de voltar à capital fluminense, onde está em isolamento desde segunda-feira (24).
Ele recebeu o resultado positivo para Covid-19 quando já estava no Rio de Janeiro. A Anvisa foi informada do resultado pelo laboratório.
“A agência informou as autoridades competentes para que monitorassem o viajante, o que é previsto no plano de contingência”, afirma a Anvisa.
A agência diz ainda que “não é competência da Anvisa o monitoramento de pessoas em trânsito entre estados e municípios”.
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G1
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