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Governo de SP decide não antecipar 2ª dose de vacinas com intervalo de até 12 semanas

Após reuniões sobre o Plano Estadual de Imunização, o governo de São Paulo anunciou neste domingo (11), que não vai antecipar a segunda dose de vacinas com

Governo de SP decide não antecipar 2ª dose de vacinas com intervalo de até 12 semanas
Governo de SP decide não antecipar 2ª dose de vacinas com intervalo de até 12 semanas

Redação Publicado em 12/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 07h57


Após reuniões sobre o Plano Estadual de Imunização, o governo de São Paulo anunciou neste domingo (11), que não vai antecipar a segunda dose de vacinas com intervalo de até 12 semanas. A antecipação já ocorre em alguns estados como estratégia para combater a variante delta da Covid-19.

No Brasil, tanto a AstraZeneca como a Pfizer são aplicadas com intervalos de 3 meses.

“A estratégia que foi desenhada foi a de não antecipar a vacina da AstraZeneca, porque os estudos demonstram que quanto mais tempo você tem, melhor a imunidade. Nesse momento, a nossa estratégia é vacinar com a primeira dose o maior quantitativo de pessoas“, disse Regiane de Paula, coordenadora do Plano estadual de Imunização.

Para Marco Aurélio Sáfadi, infectologista e presidente do departamento de imunização da Sociedade Brasileira de Pediatria, o período de 12 semanas garante um resposta imunológica mais longeva.

“O que motivou o Brasil a optar por esse intervalo de 12 semanas, e não só o Brasil mas diversos países europeus, o Canadá, com a vacina AstraZeneca, é que há benefícios após a 2ª dose quando você as diferencia por 12 semanas. Você constrói uma melhor resposta imune, você otimiza a proteção após a 2ª dose e provavelmente deixa essa resposta mais longeva, mais duradoura, porque ela leva a títulos mais altos de anticorpos”, afirma.

O infectologista diz ainda que tanto a AztraZeneca, como a Pfizer, são efetivas já com a primeira dose.

“E mais importante que isso: os estudos de mundo real, não estou me referindo a estudos em laboratório, mas estudos de mundo real, são inequívocos em demonstrar que a proteção após a 1ª dose tanto da vacina Astra quanto da vacina Pfizer, ela é muito efetiva e robusta no que diz respeito a prevenção das formas graves da doença: hospitalizações e mortes”, completou.

Uma dose da vacina AstraZeneca tem eficácia de 76% a partir do 22º dia. Estudos indicam que uma dose da Pfizer já seria 85% eficaz contra casos sintomáticos de Covid – duas semanas depois da injeção.

No último dia 7, o governo confirmou que a variante delta já circula no estado entre pessoas que não tiveram histórico de viagens para o exterior.

Naquela ocasião, o diretor do Butantan, Dimas Covas, afirmou que era preciso reavaliar o prazo da imunização completa das vacinas de Pfizer e AstraZeneca, para que as vacinas possam responder à variante.

“As vacinas que têm duas doses só completam a imunidade após a segunda dose. No caso do Butantan, esse intervalo é de 28 dias. Então, você completa a imunização mais rapidamente quando comparado com as vacinas que têm intervalo de três meses”, diz Dimas.

“Essas vacinas que têm intervalo de três meses, obviamente que você só vai completar a imunidade passados quase quatro meses da primeira dose. Então, sem dúvida, a possibilidade de antecipação da segunda dose para essas vacinas deve ser considerada, sim”, afirmou.

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G1

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