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Quatro funcionárias ‘fantasmas’ da Assembleia de SP são exoneradas

Quatro funcionárias da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que juntas recebiam R$ 62 mil mensais em salários, foram exoneradas neste sábado (13), de

Quatro funcionárias ‘fantasmas’ da Assembleia de SP são exoneradas
Quatro funcionárias ‘fantasmas’ da Assembleia de SP são exoneradas

Redação Publicado em 13/08/2016, às 00h00 - Atualizado às 14h39


Servidoras recebiam juntas R$ 62 mil em salários; SPTV investigou caso.
Ministério Público vai apurar se houve prejuízo para os cofres públicos.

Quatro funcionárias da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), que juntas recebiam R$ 62 mil mensais em salários, foram exoneradas neste sábado (13), de acordo com publicação do ‘Diário Oficial do Estado de São Paulo’. As funcionárias foram exoneradas pela Mesa Diretora da Alesp. A informação é do SPTV, que há 15 dias investigava a situação irregular das servidoras. O Ministério Público vai apurar se houve prejuízo para os cofres públicos e enriquecimento ilícito a partir de segunda-feira (15).

O SPTV apurou que  Maria Conceição Motta, Patricia Jorge, Rosimara de Almeida Barbosa e Solange Aparecida Del Roio deveriam trabalhar na capital, mas atuavam Bragança Paulista, no interior do estado. Elas passavam os dias no escritório político do deputado estadual Edmir Chedid (DEM), em Bragança Paulista, a 100 quilômetros da cidade de São Paulo.

Maria Conceição esteve no comitê do político, em Bragança, no dia 28 de julho. Ela ficou numa sala, com mesa e computador. E em outros três dias, as imagens mostram ela chegando de manhã cedo.

Em dois dias, Patrícia Jorge também apareceu entrando no escritório do deputado.

FICHAS DAS SERVIDORAS
Patrícia Jorge
assessora especial parlamentar desde maio de 2015 no Núcleo de Avaliação Estratégica (NAE), que avalia o desempenho dos serviços e dos servidores públicos.
salário: R$ 19.567,19

Maria Conceição Motta
assessora especial parlamentar desde junho de 2015 no NAE
salário: R$ 19.567,19

Na sexta-feira (12), em Bragança, produtores tentaram descobrir o que as servidoras da Assembleia faziam no escritório do deputado, durante o expediente de trabalho.
Maria Conceição concordou em gravar entrevista:

Maria Conceição – Nós não prestamos serviços para o deputado Edmir Chedid. Nós prestamos serviço para o NAE.
DSP – No escritório do deputado?
Maria – Na casa do pai do deputado, e se precisar o deputado disse pra usar aquela salinha. Tá à disposição.
DSP – Mesmo sabendo que pela questão administrativa isso é errado?
Maria – Não. Eu não acho que seja errado. Não é dinheiro da Assembleia. Isso é o escritório particular do deputado Edmir.

No mesmo escritório do deputado – em dias úteis, em horário comercial –  a reportagem registrou a circulação de mais duas funcionárias da assembleia na capital: Rosimara e Solange.

FICHAS DAS SERVIDORAS:
Rosimara de Almeida Barbosa
assistente parlamentar há quatro meses na Divisão de Transportes da Alesp
salário: R$ 2.944,99

Solange Aparecida Del Roio
assessora especial parlamentar da Corregedoria da Alesp desde maio do ano passado
salário: R$ 20.207,23

SPTV procurou as duas na assembleia na sexta-feira, mas não as encontrou na Divisão de Transportes e nem na Corregedoria.

Procurada pela reportagem, a presidência da Assembleia informou que, se houver indícios de desvio de função, vai investigar e punir os culpados.

O curioso é que três dessas quatro funcionárias que aparecem na reportagem estão lotadas em departamentos que existem para avaliar o desempenho dos serviços e dos servidores públicos. E para manter a ordem e a disciplina dentro da assembleia.

A produção procurou na sexta o deputado Edmir Chedid. Em nota, a assessoria dele alegou não haver qualquer irregularidade envolvendo as quatro servidoras. Informou que o regulamento da assembleia permite que a servidora da divisão de transporte trabalhe em outro município.

A assessoria do polícia reiterou ainda que as funcionárias do núcleo de ações estratégicas usavam o escritório do deputado para terminar um relatório. E que a ausência da funcionária da Corregedoria não prejudica o trabalho dela.

O Diário Oficial do Estado deste sábado, no entanto publicou a exoneração das quatro servidoras, que juntas recebiam R$ 62 mil mensais em salários.

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