Diário de São Paulo
Siga-nos

Auditor do TCU confirma adulteração de documento

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (17), o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Silva Marques confirmou que havia preparado um

Auditor do TCU confirma adulteração de documento
Auditor do TCU confirma adulteração de documento

Redação Publicado em 17/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 16h05


Alexandre Marques diz que relatório sobre mortes por Covid não era oficial e foi enviado pelo pai ao presidente de forma indevida.

Em depoimento à CPI da Covid nesta terça-feira (17), o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Silva Marques confirmou que havia preparado um documento “preliminar” para discutir se as mortes por Covid no país haviam sido supernotificadas. Ele disse ainda que Bolsonaro recebeu o documento por WhatsApp e acabou divulgando, como se fosse oficial.

Marques apontou que houve alterações no arquivo que se tornou público. O documento original não fazia nenhuma menção a um estudo oficial, mas, quando viralizou nas redes de bolsonaristas, tinha o nome do TCU no título e marcações e destaques em trechos específicos.

O material elaborado por Marques sugeria, sem nenhum embasamento, que cerca de metade das mortes registradas como consequência da Covid no ano passado teriam sido motivadas por outras causas.

O estudo não avançou dentro do tribunal, porque foi constatado que seria “impossível haver um conluio” para superestimar os dados. Ao fim, acabou descartado sem sequer ser alvo de uma avaliação formal.

No entanto, o pai do auditor, o coronel da reserva Ricardo Marques, repassou o arquivo para o presidente da República em 6 de junho deste ano.

No dia seguinte, Bolsonaro divulgou o material na tentativa de argumentar que houve um excesso de mortes registradas por Covid. Na verdade, um estudo da Fiocruz aponta que as mortes foram subnotificadas no país.

Marques contou que o pai “mantém contato” com o presidente da República. O coronel, na gestão Bolsonaro, foi indicado para uma gerência na Petrobras.

.

.

.

G1

Compartilhe  

últimas notícias