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Polícia apura se envenenamento de criança por suco foi criminoso

A Polícia Civil está investigado se o envenenamento do suco de cajá industrializado que uma criança de 7 anos ingeriu na Paraíba foi acidental ou criminoso.

Polícia apura se envenenamento de criança por suco foi criminoso
Polícia apura se envenenamento de criança por suco foi criminoso

Redação Publicado em 31/10/2016, às 00h00 - Atualizado às 20h04


Laudo do IPC confirmou presença de veneno em suco ingerido por criança.
Delegada especial foi designada para apurar caso em Campina Grande.

Duas vítimas foram levadas para o Hospital de Trauma de Campina Grande (Foto: Reprodução/TV Paraíba)

Menino de 7 anos recebeu alta médica neste domingo (30), segundo Hospital (Foto: Reprodução/TV Paraíba/Arquivo)

A Polícia Civil está investigado se o envenenamento do suco de cajá industrializado que uma criança de 7 anos ingeriu na Paraíba foi acidental ou criminoso. Um exame divulgado pelo Instituto de Polícia Científica (IPC), nesta segunda-feira (31) confirmou a presença do veneno pesticida carbofuran, usado para matar insetos e pragas em lavouras. Apenas a caixa consumida pela criança tinha o veneno e por isso foi descartada falha no processo de fabricação do produto.

A delegada escolhida para presidir o inquérito foi Alba Tânia, que é titular da Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Infância a Juventude.

Segundo o delegado seccional da Polícia Civil em Campina Grande, Iasley Almeida, a polícia quer descobrir se o veneno entrou na caixa de maneira acidental – o que pode ter ocorrido nas condições de armazenamento – ou se alguém colocou veneno na caixa de suco da criança.

“As confirmações sobre os sintomas de envenenamento na criança já tinham chamado a atenção da Polícia Civil. A primeira hipótese a ser estudada foi de falha no processo de fabricação, mas isto foi descartado após os exames do IPC. Foram analisadas a caixa de suco que o menino tomou e outras lacradas, do mesmo lote, mas nada foi encontrado nessas coisas. Agora vamos investigar se esse veneno entrou na caixa de maneira acidental, ou se alguém injetou de maneira criminosa”, disse ele.

Segundo a chefe do IPC de Campina Grande, Raquel Azevedo, não foi possível identificar se a caixa sofreu algum tipo de perfuração para inclusão do veneno. “A caixa de suco que o menino tomou foi resgatada do lixo da escola e estava bastante deteriorada. Isso nos impediu de perceber se ela tinha algum furo como, por exemplo, de uma seringa”, explicou ela.

Os exames
Ao todo, o IPC fez três baterias de exames com os materiais recolhidos. “Nós recebemos esse material após 48 horas, então não foi possível identificar o veneno no sangue da criança. Porém, todos os sintomas detectados pelos médicos indicavam o envenenamento. A caixa de suco que ele tomou foi resgatada do lixo e foi confirmada a presença de veneno, nos exames. Também analisamos uma outra caixa lacrada que a família trouxo, que foi comprada no mesmo dia e local, além de analisarmos outras caixas três lacradas que foram recolhidas Anvisa”, explicou a delegada.

Relembro o caso
No dia 19 de outubro deste ano, um menino de 7 anos deu entrada no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, no Agreste paraibano com um quadro grave de intoxicação. A criança chegou a ter crises convulsivas e tudo isso teria ocorrido depois que ela tomou um suco de cajá industrializado, enquanto lanchava em uma escola particular, em Lagoa Secal, município vizinho. A vítima se queixou de um gosto ruim no suco.

O menino de 7 anos foi internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital de Trauma de Campina Grande e inicialmente estava sedado e precisava da ajuda de aparelhos para poder respirar. No dia 24 de outubro o menino saiu da UTI e foi para a enfermaria já em estado regular. De acordo com a assessoria do hospital, a criança recebeu alta médica no domingo (30).

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