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Investigação descarta falha e aponta para 'avaliação inadequada' no acidente que vitimou Marília Mendonça

Após um ano e meio do acidente, o relatório do Cenipa foi divulgado nesta segunda-feira (15)

Acidente aéreo Marília Mendonça. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais
Acidente aéreo Marília Mendonça. - Imagem: Reprodução | Redes Sociais

Marina Roveda Publicado em 16/05/2023, às 08h14


O relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira, divulgado nesta segunda-feira (15), concluiu que não houve falha mecânica no acidente que resultou na morte da cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas em Piedade de Caratinga, Minas Gerais, em 5 de novembro de 2021. O relatório aponta que o julgamento do piloto durante a aproximação da aeronave para o pouso contribuiu para o acidente.

Segundo o relatório, houve uma avaliação inadequada por parte do piloto em relação aos parâmetros da operação da aeronave, resultando em uma perna do vento alongada além do esperado. O documento, publicado à noite, diverge da declaração anterior do advogado da família de Marília Mendonça, que afirmou que o acidente não foi causado por erro do piloto nem por falha da aeronave.

O Cenipa destacou que a aproximação da aeronavefoi iniciada a uma distância maior do que a esperada e com uma separação em relação ao solo reduzida, indicando que o avião estava voando mais baixo do que o necessário naquele ponto. O relatório levantou a possibilidade de que a atenção da tripulação estivesse focada na pista de pouso, em detrimento da manutenção de uma separação adequada com o terreno durante a aproximação visual.

Outro aspecto mencionado no relatório é o fato de o piloto possuir indicação para uso de lentes corretoras devido a um diagnóstico de astigmatismo. No entanto, não foi possível confirmar se ele estava usando as lentes no momento do acidente, o que poderia ter impactado sua acuidade visual e percepção de profundidade.

Quanto à colisão da aeronave com um cabo para-raios de uma linha de transmissão de energia da Cemig, o relatório aponta que o cabo tinha baixo contraste em relação à vegetação ao fundo, mas estava fora da zona de proteção do aeródromo e das superfícies de aproximação ou decolagem. Portanto, não representava um obstáculo que poderia comprometer a segurança das operações aéreas.

Apesar disso, o Cenipa recomendou ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) que realizasse gestões junto à Cemig para sinalizar excepcionalmente a linha de transmissão de 69 kV.

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