Diário de São Paulo
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GOLPE NA MACKENZIE

Estudante de arquitetura da Mackenzie é investigada por desviar R$ 62,5 mil das atléticas universitárias

Ela foi eleita tesoureira do Interfau e teria alegado taxas para depositar o dinheiro em conta jurídica, indicando suas contas pessoais para receber os valores

Estudante da Mackenzie teria usado o dinheiro para fazer uma viagem à Disney. - Imagem: Reprodução | Instagram
Estudante da Mackenzie teria usado o dinheiro para fazer uma viagem à Disney. - Imagem: Reprodução | Instagram

Marina Roveda Publicado em 30/07/2023, às 13h31


A Polícia Civil de São Paulo está investigando uma estudante de arquitetura e urbanismo da Universidade Mackenzie por apropriação indébita. Segundo denúncias feitas por associações atléticas de outras universidades, ela ocupava o cargo de tesoureira nessas entidades e teria desviado um total de R$ 62,5 mil.

De acordo com relatos das vítimas, a suspeita se aproveitou de sua posição para transferir para suas contas pessoais R$ 3.921,61 da Associação Atlética Acadêmica Arquitetura Mackenzie, além de R$ 58.583,61 de outras atléticas participantes do Interfau, uma competição esportiva que envolve turmas de faculdades de arquitetura e urbanismo no estado de São Paulo.

As vítimas alegam que desde setembro de 2022 enfrentam dificuldades para entrar em contato com a estudante, e descobriram que ela viajou para a Disney. A última vez que tiveram algum retorno da suspeita foi em uma reunião realizada em março deste ano.

As entidades afetadas relatam que estão sendo cobradas por fornecedores e prestadores de serviços contratados para os eventos esportivos, o que indica que a dívida pode ser ainda maior.

As atléticas são associações formadas por estudantes e têm como objetivo promover eventos de integração entre os alunos, como festas e competições.

Até o momento, a defesa da acusada não foi localizada para comentar sobre o caso. A investigação está sendo conduzida pelo 4º Distrito Policial da Consolação, região central da capital paulista.

A advogada Simone Haidamus, que representa os alunos afetados, comentou sobre o caso, ressaltando que a estudante teve várias oportunidades para devolver o dinheiro, mas não o fez. Ela expressou preocupação com o prejuízo causado aos colegas, considerando triste que uma jovem estudante não demonstre qualquer responsabilidade em relação aos danos causados.

Denúncia das vítimas:

  • Ao longo de 2022, a atlética do Mackenzie arrecadou R$ 25,7 mil através da promoção de eventos e festas, sendo que a estudante era responsável pelo depósito desses valores.
  • Ela também foi eleita tesoureira do Interfau, o que implicava ser responsável pelo dinheiro arrecadado pelas atléticas de outras universidades.
  • A estudante teria alegado que depositar o dinheiro em uma conta jurídica implicaria em taxas, e por isso indicou suas contas pessoais para receber os valores.
  • A defesa dos alunos relata que as dificuldades com a suspeita começaram em setembro de 2022, após o encerramento do evento esportivo.
  • A partir de então, os estudantes tentaram cobrar a aluna diversas vezes, mas sem sucesso.

Em abril deste ano, a suspeita abriu uma empresa de treinamento em desenvolvimento profissional e gerencial, com endereço em Brasília, no Distrito Federal. Ao entrar em contato com o número indicado no cadastro, a pessoa que atendeu informou não conhecer ninguém com o nome da investigada.

Viagem à Disney e diversas cobranças:

Em setembro de 2022, uma reunião de prestação de contas foi realizada com todos os envolvidos, tanto do Mackenzie quanto das turmas integrantes do Interfau. Na ocasião, a estudante suspeita alegou estar enfrentando dificuldades para realizar alguns pagamentos referentes às despesas da competição.

Surpreendentemente, apenas dois meses após a reunião, a suspeita viajou para Orlando, nos Estados Unidos, para participar de um programa de estágio na Disney.

Nesse mesmo período, uma nova chapa foi eleita pela atlética de arquitetura do Mackenzie e, ao analisarem a situação financeira, os membros da comissão ficaram espantados ao descobrir que todo o valor arrecadado havia sido depositado em uma conta pessoal. A partir disso, começaram a cobrar explicações da estudante, que, por sua vez, "passou a não responder mensagens".

Em janeiro de 2023, segundo denúncias feitas pela defesa dos estudantes, a atlética do Mackenzie conseguiu realizar uma videoconferência com a presença da estudante suspeita. Na ocasião, ela teria confessado que estava em posse do dinheiro arrecadado pelo Mackenzie e pela Interfau.

Posteriormente, uma nova reunião foi marcada para alguns dias depois, porém, a suspeita não compareceu ao encontro. Já em março deste ano, durante outra assembleia promovida pela atlética do Mackenzie, a aluna teria afirmado que estava em posse de R$ 44 mil pertencentes à atlética de seu curso e se comprometido a devolver a quantia. Contudo, de acordo com a defesa dos alunos, essa devolução não ocorreu como prometido.

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