Empresário está preso e deve ser ouvido em 22 de agosto. Juiz decidirá se o leva a júri pelos assassinatos da família Miguel em 2019. Ele atirou nas vítimas por não aceitar namoro da filha com artista, diz MP.
Redação Publicado em 09/06/2022, às 00h00 - Atualizado às 10h05
Três anos após matar Rafael Miguel e os pais do ator, Paulo Cupertino deverá ser interrogado pela primeira vez, a partir das 16h de 22 de agosto, na Justiça de São Paulo. Além do empresário, também poderão ser ouvidos dois amigos dele, que são réus no mesmo processo que apura o assassinato da família Miguel em 9 de junho de 2019.
Esta etapa do processo, chamada de audiência de instrução, servirá para a Justiça decidir se leva os três acusados a júri popular. Cupertino responde preso preventivamente pelos assassinatos. Os amigos dele respondem em liberdade por ter ajudado o assassino a fugir e se esconder.
Cupertino estava foragido desde que cometeu o crime. Ele foi preso pela Polícia Civilem 17 de maio, na capital paulista, onde estava escondido. Antes, chegou a fugir para outros estados e países.
Segundo o Ministério Público (MP), Cupertino atirou 13 vezes nas vítimas porque não aceitava o namoro da filha, Isabela Tibcherani, com Rafael. Ela tinha 18 anos à época. O artista estava com 22.
Além de Rafael, o pai dele, João Alcisio Miguel, de 52 anos, e a mãe, Miriam Selma Miguel, de 50, também foram baleados e mortos.
Vídeos de câmeras de segurança gravaram os assassinatos na frente da casa em que Isabela morava com a mãe, na Zona Sul da capital paulista. Nenhuma das duas foi atingida pelos disparos.
Apesar de Cupertino ter dito aos jornalistas que acompanharam sua prisão em São Paulo que é “inocente” e não matou “ninguém”, oficialmente, à polícia, ele ficou em silêncio e não falou nada sobre o assassinato e sua fuga.
Informalmente, à delegada Ivalda Oliveira Aleixo, da Divisão de Capturas do Dope (Departamento de Operações Policiais Estratégicas), ele negou que tenha cometido o crime, mas isso não consta em nenhum documento do caso.
A expectativa do Judiciário é a de que o assassino fale diante do juiz Ricardo Augusto Ramos, da 1ª Vara do Júri. O magistrado pretende ouvir Cupertino e os outros dois acusados presencialmente no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste.
Cupertino, de 51 anos, é acusado pelo Ministério Público por triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Ele nunca constituiu um advogado para defendê-lo. Deverá ser defendido pela Defensoria Pública, que oferece assessoria jurídica gratuita a acusados.
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