Diário de São Paulo
Siga-nos
Atenção!

São Paulo terá greves do Metrô e CPTM nesta terça-feira

As greves foram marcadas para ir contra o plano de concessões e privatizações do governo

As greves foram marcadas para ir contra o plano de concessões e privatizações do governo - Imagem: Reprodução/Instagram
As greves foram marcadas para ir contra o plano de concessões e privatizações do governo - Imagem: Reprodução/Instagram

Ana Rodrigues Publicado em 02/10/2023, às 07h56


Nesta terça-feira (3), foi convocada uma greve conjunta por funcionários do Metrôe da CPTMe deve provocar um caos no trânsito da capital paulista. A paralisação foi marcada para ir contra o plano de concessões e privatizações do governo Tarcísio de Freitas(Republicanos) e terá uma adesão de funcionários da Sabesp, a companhia de abastecimento de água e coleta de esgoto.

Segundo o Metrópoles, o Metrô e CPTM juntos transportam por dia cerca de 4,2 milhões de passageiros, considerando apenas as linhas administradas pelas empresas pelas duas empresas estatais e que devem ter a operação afetada pela greve. A previsão de paralisação do Metrô são as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata, já na CPTM as linhas afetadas são a 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade. 

A greve dos funcionários das duas categorias contra os projetos de privatização deve durar 24 horas. No sábado (30), Tarcísio criticou a mobilização grevista.

Uma greve sem pauta, uma greve política. Não estou fazendo nada de diferente do que eu ia fazer", afirmou.

O governo defende a desestatização alegando que a mudança na administração trará vantagens para população, como a melhoria dos serviços, antecipação de investimentos e até redução de tarifas. Os trabalhadores, no entanto, discordam da alegação, e utilizam as linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda para contrapor a ideia. Desde que as duas linhas saíram da CPTM e foram concedidas para a ViaMobilidade, elas registraram um aumento significativo no número de falhas e viraram alvo de investigação do Ministério Público.

No caso da Sabesp, os funcionários afirmaram que a empresa está com bons resultados - a empresa fechou o segundo trimestre com lucro líquido de R$743 milhões - não onera o estado e tem planos para universalizar o saneamento em pouco tempo, o que, segundo eles, não justificaria a privatização. A paralisação das atividades é defendida pelo grupo de grevistas como uma maneira de pressionar o governo a recuar nos projetos de desestatização da administração das empresas.

Foi determinado pela juíza Raquel Gabbai de Oliveira que a CPTM mantenha efetivo total dos trabalhadores nos horários de pico na terça-feira (3) e 80% dos funcionários no restante do tempo.

O TRT-2 concedeu liminar ao governo de São Paulo determinando que os metroviários mantenham 100% da operação nos horários de pico. O desembargador Celso Ricardo Peel Furtado de Oliveira falou que a circulação da frota deve acontecer de forma integral das 6h às 9h e das 16h às 19h, e com 80% nos demais períodos, sob pena de multa de R$ 500 mil.

No caso da Sabesp, a Justiça determinou a manutenção de 85% do efetivo de trabalhadores vinculados aos setores responsáveis pela prestação dos serviços essenciais de saneamento básico, tratamento e abastecimento de água e esgoto, sob pena de multa diária de R$ 100 mil para cada entidade sindical.

Os sindicatos das três categorias afirmaram na última sexta-feira (29) que vão recorrer das decisões e que a greve está mantida.

A greve é um direito assegurado na Constituição Federal”, afirmou Eluiz Alves, presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo.

Já a Presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa informou que o grupo já buscou a Justiça para reverter a decisão.

Entramos com uma ação questionando essa decisão e sugerindo que, no lugar da greve, a gente possa fazer liberação das catracas”.

José Faggian, do Sintaema, representante dos funcionários da Sabesp disse que o grupo tem uma audiência do TRT-2 nesta segunda.

Vamos argumentar e demonstrar para o tribunal que o que a empresa pede é absurdo, e que faremos a greve com responsabilidade, garantindo o abastecimento de água para a população e o atendimento de eventuais emergências”.
Compartilhe  

últimas notícias