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Busca e Apreensão

Policiais civis lucram R$ 15 milhões para arquivar investigações contra narcotraficantes

Em 2020, investigadores da corporação receberam R$ 800 mil para engavetar uma investigação do Denarc

Policiais civis lucram R$ 15 milhões para arquivar investigações contra narcotraficantes - Imagem: Divulgação/ Polícia Federal
Policiais civis lucram R$ 15 milhões para arquivar investigações contra narcotraficantes - Imagem: Divulgação/ Polícia Federal

William Oliveira Publicado em 03/09/2024, às 12h30


Na manhã desta terça-feira (3), a Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado (Ficco-SP) deflagrou a Operação "Face Off", com o objetivo de combater os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro praticados por narcotraficantes e policiais civis de São Paulo.

A operação conta com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o apoio da Corregedoria da Polícia Civil paulista. No total, estão sendo cumpridos 10 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão preventiva nas cidades de São Paulo (SP) e Arujá (SP).

De acordo com as investigações, apurou-se que dois narcotraficantes, membros de uma organização criminosa responsável pelo envio de diversas cargas de cocaína ao exterior, pagaram o valor de R$ 800 mil a investigadores da Polícia Civil de São Paulo em novembro de 2020.

Na ocasião, o pagamento da propina foi intermediado por advogados dos narcotraficantes e resultou no arquivamento de uma investigação em curso no Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), que investigava a atuação da organização criminosa no tráfico internacional de drogas.

Até o momento, a Justiça determinou o sequestro e bloqueio de valores em contas bancárias, com o limite máximo de R$ 15 milhões. A Justiça também deferiu a apreensão de veículos pertencentes aos investigados, avaliados em aproximadamente R$ 2,1 milhões, e de imóveis com valor de mercado estimado em cerca de R$ 8 milhões.

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