Chefão do PCC, “Batatinha” forneceu documentos falsos a policiais militares para tentar driblar prisão
Sabrina Oliveira Publicado em 30/06/2024, às 16h15
Na tarde deste sábado (29), policiais militares das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) chegaram à porta de uma casa a dois quarteirões da orla de Mongaguá, no litoral sul de São Paulo. A ação foi motivada por uma denúncia de que Leonardo da Vinci Alves de Lima, conhecido como “Batatinha” e chefão do Primeiro Comando da Capital (PCC), estava escondido no local. Ao ser recebido pelo dono da casa, que alegava estar em uma festa de família, os policiais foram autorizados a entrar e verificar os presentes.
Dentro da casa, encontraram um homem que correspondia à descrição de “Batatinha”. Questionado, ele apresentou-se como Flavio Pinheiro da Silva e forneceu documentos para tentar enganar os policiais. No entanto, os agentes logo perceberam a falsificação dos papéis. Confrontado, ele acabou admitindo ser o traficante procurado.
Após a prisão, “Batatinha” foi inicialmente levado para uma delegacia em Mongaguá, mas devido à sua alta periculosidade, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ordenou sua transferência para a Central de Polícia Judiciária de Santos. Na manhã deste domingo (30), ele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde confirmou não ter sofrido lesões durante a prisão. O laudo do IML corroborou a ausência de qualquer ofensa à integridade física.
Foragido desde fevereiro, “Batatinha” foi solto em junho de 2023 por decisão do ministro Sebastião Reis Junior, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Contudo, em agosto do mesmo ano, a 6ª Turma do STJ revisou a decisão e restabeleceu a prisão. Integrante da alta cúpula do PCC, “Batatinha” cumpria pena de mais de 10 anos em regime fechado no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, tendo já cumprido mais de quatro anos quando foi beneficiado pela decisão do ministro Reis Junior.
A decisão de soltura foi baseada no argumento de que a prisão inicial de “Batatinha” havia sido ilegal. Ele foi preso em posse de dois quilos de cocaína, mas o ministro Reis Junior considerou a abordagem policial ilícita, resultando na nulidade das provas obtidas. Apesar disso, o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo, recorreu, destacando a periculosidade do criminoso e o risco à segurança pública.
Em fevereiro de 2024, a 6ª Turma do STJ acatou os pedidos do Ministério Público de São Paulo e do Ministério Público Federal, restabelecendo a prisão de “Batatinha”. Votaram a favor os ministros Laurita Vaz, Rogerio Schietti Cruz, Antonio Saldanha Palheiro e Jesuíno Rissato. Desde então, “Batatinha” estava foragido, até ser finalmente capturado na operação deste sábado.
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