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Defesa Civil aponta crescimento alarmante de moradias em zonas de perigo em São Paulo

Defesa Civil de São Paulo aponta dezenas de milhares de novas unidades de moradias em regiões de deslizamentos e enchentes

Comunidade Portelinha na Vila Calu, em São Paulo - SP - Imagem: Reprodução / Facebook: Comunidade Portelinha - Vila Calu
Comunidade Portelinha na Vila Calu, em São Paulo - SP - Imagem: Reprodução / Facebook: Comunidade Portelinha - Vila Calu

Sabrina Oliveira Publicado em 12/06/2024, às 13h19


A cidade de São Paulo apresentou um aumento significativo no número de moradias em áreas de risco nos últimos meses, conforme dados da Defesa Civil Municipal. Entre maio de 2023 e junho deste ano, foram registradas 14.840 novas moradias em regiões com histórico de deslizamentos ou enchentes, totalizando 219.700 unidades habitacionais nesses locais.

O mapeamento realizado pela Defesa Civil também apontou um aumento no número de áreas de risco na cidade, passando de 696 para 785. 

O mapeamento de risco é o primeiro passo de interpretação do município pra ele conhecer as suas regiões a partir daí utilizar políticas públicas para poder mitigar os riscos", diz Henguel Pereira, coordenador da Defesa Civil Estadual.

De acordo com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação, a prefeitura retirou 18,2 mil famílias de áreas de risco desde 2010. No entanto, o número de famílias beneficiadas com imóveis de programas habitacionais ainda é baixo, representando apenas 40,1% do total removido.

Para muitas famílias, a construção de uma residência nessas áreas representa não apenas uma escolha, mas muitas vezes a única alternativa viável de moradia, principalmente devido a dificuldades financeiras enfrentadas. Essa decisão implica em viver em locais onde as condições de infraestrutura são extremamente precárias, com a falta de serviços básicos como saneamento básico e fornecimento de energia elétrica.

O encarregado de serviços gerais Robson de Oliveira, morador da comunidade Portelinha (Vila Calu - Jardim Ângela, São Paulo) há 20 anos, fala sobre a falta de opções: "A gente não tem pra onde ir, lugar melhor, condições pra pagar um aluguel. Tem aqueles riscos que a gente sabe, mas fazer o quê? Tem que correr o risco, não tem o que fazer. Eu queria uma oportunidade pra dar uma vida melhor pra minha família, aí eu trabalho todos os dias em busca dessa oportunidade".

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