Sucesso do plano depende de aprovação legislativa e implementação de reformas
Marina Roveda Publicado em 28/11/2023, às 07h54
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, tem gerado intensos debates ao reafirmar seu compromisso de campanha de fechar o Banco Central do país e adotar a dolarização como medida extrema para enfrentar a grave crise econômica que assola a nação sul-americana.
Em uma declaração contundente na última segunda-feira (20), Milei afirmou que o fechamento do Banco Central é uma "obrigação moral" e que a dolarização é uma estratégia para se livrar da influência dessa instituição. Ele sugeriu ainda que a moeda a ser adotada deveria ser escolhida pelos próprios indivíduos, adicionando uma camada de complexidade à proposta.
A medida de fechar o Banco Central teria implicações profundas, removendo a capacidade do governo de fixar a taxa básica de juros e de emitir moeda, elementos tradicionalmente fundamentais para o controle da inflação. Economistas expressam sérias preocupações sobre as ramificações desse movimento, alertando para a possível falta de ferramentas para conter pressões inflacionárias e regular o sistema financeiro.
Além disso, a proposta de dolarização completa da economia levanta questões sobre a capacidade do país de estocar dólares e garantir a estabilidade econômica. A possível escassez de moeda para pagamentos diários e as preocupações sobre a competitividade internacional, especialmente em relação ao setor de exportação, são tópicos frequentemente destacados pelos críticos da medida.
O contexto econômico argentino adiciona complexidade às propostas de Milei. Com uma inflação em torno de 120%, a maior em três décadas, e cerca de 40,1% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, o novo presidente enfrenta um desafio monumental. A dívida externa bilionária e o sistema de controle de câmbio em vigor desde 2019 agravam ainda mais a situação.
Como parte de seu plano para enfrentar esses desafios, Milei propõe reduzir drasticamente o tamanho do Estado, cortar gastos públicos e privatizar empresas estatais. Essas medidas alinham-se com uma abordagem liberal clássica, mas sua implementação enfrentará resistência e exigirá negociações habilidosas no Congresso Nacional.
Especialistas apontam que, antes de avançar com a dolarização, a Argentina precisará apresentar um plano sólido para garantir reservas adequadas de dólares, o que poderia envolver desvalorização adicional do peso para aumentar as exportações.
A ausência de um Banco Central também levanta dúvidas sobre como a política monetária será formulada, uma vez que a Argentina dependeria dos juros norte-americanos como referência. A preocupação com um possível "spread de risco" adicionado à taxa de juros, devido ao histórico de crédito ruim do país, destaca os desafios adicionais que Milei enfrentará ao buscar a estabilidade econômica.
A reação da comunidade internacional e a resposta dos mercados financeiros à implementação dessas propostas serão cruciais para determinar o sucesso ou fracasso do plano econômico de Milei. Enquanto alguns observadores permanecem otimistas sobre a possibilidade de reformas significativas, outros expressam ceticismo em relação à viabilidade de medidas tão radicais. O cenário político e econômico argentino permanece fluido, e o futuro do país dependerá em grande parte das decisões cruciais que serão tomadas nos próximos meses.
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