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Em meio a tensões políticas, Biden surpreende ao pedir US$500 milhões para Fundo Amazônia

O aumento é dez vezes maior que o valor inicialmente planejado

Joe Biden. - Imagem: Reprodução | Facebook
Joe Biden. - Imagem: Reprodução | Facebook

Marina Roveda Publicado em 20/04/2023, às 08h09


O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quinta-feira (20) que pretende aumentar o financiamento dos EUA ao Fundo Amazônia, um programa de financiamento internacional do governo brasileiro que financia ações contra o desmatamento na Floresta Amazônica. 

O valor é dez vezes maior do que o inicialmente planejado por Washington em fevereiro, quando os Estados Unidos anunciaram sua intenção de aderir ao Fundo Amazônia, do qual já fazem parte a Noruega e a Alemanha. O Reino Unido também está considerando aderir ao fundo, que foi cancelado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaroe foi reativado este ano.

Inicialmente, a intenção dos Estados Unidos era aportar US$ 50 milhões (R$ 253 milhões), o que teria desapontado o governo brasileiro, de acordo com apuração do blog da Julia Duailibi. O anúncio do aumento no financiamento acontece horas depois de o Conselheiro de Segurança de Biden, Jake Sullivan, e o assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Assuntos Internacionais, o ex-chanceler Celso Amorim, falarem ao telefone. Amorim não divulgou o conteúdo da conversa, mas uma fonte da Casa Branca afirmou que Sullivan reclamou com o assessor brasileiro pelas falas de Lula sobre a guerra na Ucrânia durante visita à Chinana semana passada.

Lula disse que Estados Unidos e Europa são responsáveis por prolongar a guerra, o que irritou Washington. O presidente dos EUA também convocará uma reunião virtual do Fórum das Principais Economias sobre Energia e Clima como parte de esforços para estimular o apoio a medidas de combate ao aquecimento global. Esta é a quarta reunião do grupo sob sua presidência.

O Fundo Amazônia foi criado há 15 anos para financiar ações contra o desmatamento e a emissão de gases de efeito estufa na Floresta Amazônica. Em 2019, o governo do presidente Jair Bolsonaro paralisou o fundo. No entanto, em novembro de 2022, o Supremo Tribunal Federal (STF)determinou sua reativação em um prazo de 60 dias. Após a eleição de Lula, a Noruega e a Alemanha, principais patrocinadores do fundo, anunciaram que retomarão o financiamento. Ambos os países haviam cancelado sua participação no programa também em 2019, após a vitória de Bolsonaro.

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