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Argentina poderá entrar para o banco dos BRICS

Banco dos BRICS avalia inclusão da Argentina em meio às articulações de Lula e aval de Dilma

Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert
Luiz Inácio Lula da Silva e Alberto Fernández. - Imagem: Divulgação / Ricardo Stuckert

Marina Roveda Publicado em 14/06/2023, às 08h34


Em meio às articulações do presidente Luiz Inácio Lulada Silva (PT) para oferecer suporte financeiro ao colega e presidente argentino, Alberto Fernández, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como banco dos BRICS, está avaliando a inclusão da Argentina ao grupo. A presidente da instituição, Dilma Rousseff, já deu seu aval para as conversas.

Segundo um comunicado do NDB enviado à reportagem, durante um encontro com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, Dilma informou que a expansão do quadro social do banco é uma prioridade e autorizou a continuidade das conversas com a Argentina. O NDB está explorando oportunidades para expandir sua base de membros, e a Argentina manifestou interesse em ingressar no grupo.

Desde 2021, o banco dos BRICS já recebeu três novos países membros: Bangladesh, Emirados Árabes Unidos e Egito. A instituição tem buscado se envolver ativamente com estados que compartilham sua visão e valores, e que podem contribuir com sua missão de apoiar a infraestrutura e o desenvolvimento sustentável. Dilma Rousseff, ex-presidente do Brasilentre 2011 e 2016, assumiu a presidência do NDB em abril deste ano.

Apesar das conversas em andamento, ainda não há previsão de um socorro financeiro do banco dos BRICS à Argentina, como deseja Lula. O presidente brasileiro também está buscando enviar ajuda ao presidente Fernández por meio do Fundo Monetário Internacional (FMI). Lula defendeu a Argentina durante uma reunião do G7, no Japão, ao se encontrar com a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva. Ele destacou a importância do equilíbrio regional na América do Sul e ressaltou a situação econômica do país vizinho.

Além do NDB, outra possibilidade aventada é um socorro financeiro à Argentina por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Estuda-se a criação de uma linha especial de crédito que facilitaria as exportações brasileiras para o país vizinho. Outro tema em discussão é a vinculação do gasoduto Vaca Muerta com a rede que abastece o sul do Brasil. Para concluir essa obra antes do fim do mandato, Fernández precisa de um financiamento na ordem de US$ 700 milhões.

O processo de inclusão da Argentinano grupo dos BRICS ainda está em andamento, sujeito a análises e negociações entre os membros. Essa possível adesão poderia fortalecer a cooperação econômica e política entre os países, além de abrir novas oportunidades de desenvolvimento e colaboração regional. O desdobramento das conversas será acompanhado de perto, uma vez que impactará as relações econômicas entre o Brasil, a Argentina e os demais países do bloco dos BRICS.

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