O que você faria para viver um grande amor?
Redação Publicado em 22/02/2022, às 00h00 - Atualizado às 10h27
O que você faria para viver um grande amor?
Em um tempo em que a tecnologia e a globalização não encurtavam distâncias como agora, um ídolo tricolor foi capaz de pedir um empréstimo para atuar a mais de 4.538 km do Rio de Janeiro para responder esta pergunta.
Esta é parte da história de Rubens Galaxe, o famoso “curinga tricolor” que já jogou de meio-campo, lateral, zagueiro…
Antes de se tornar o sexto jogador que mais atuou com a camisa do Fluminense, com 465 partidas, ele deixou o coração falar mais alto e guiar o seu destino quando ainda vivia o processo de transição entre a base e os profissionais do clube, em 1974.
Foi jogar por uma temporada no Millonarios, adversário tricolor desta terça-feira pela Pré-Libertadores, por escolha própria, tudo para poder ficar mais perto de Sônia, colombiana que conheceu três anos antes, enquanto disputava um pré-olímpico pela Seleção. E com quem permanece casado até hoje, depois de 46 anos.
“Felizmente, o Fluminense me atendeu. Não tinha lado financeiro, não tinha interesse de nada, o Fluminense atendeu o meu pedido”.
– Eu joguei um pré-olímpico em 1971, o Abel Braga, inclusive, foi um companheiro meu. Nós fomos campeões. Nesse período eu conheci minha atual mulher. Baseado nisso eu voltei para o Brasil e ficamos em contato. Em 1973 eu subi para o profissional do Fluminense e fiquei conversando com a direção. Eu ia para lá sempre no final do ano na antiga Varig, quando existia. Eu fazia um voo do Rio para Bogotá. Fui para lá umas três vezes até que em 1974 eu pedi para ir para lá para ficarmos juntos. O Zezé Moreira, que era técnico, facilitou minha ida em um empréstimo. Eu acabei encerrando o contrato (com o Millonarios) lá, casei lá e voltei (para o Fluminense). Voltamos casados.
De alianças trocadas, com a esposa por perto e prestes a iniciar uma família, Rubens Galaxy retornou ao Fluminense no meio de 1975 após um ano vestindo azul e branco. Na bagagem, além do novo idioma e da nova cultura, trouxe também a experiência de ter disputado a Libertadores de 1974 pela equipe colombiana.
– Foi muito bom. Mas poderia ter sido melhor se o Millonarios tivesse passado (de fase na Libertadores). Foi muito útil minha participação. Na época a Colômbia não era reconhecida como é hoje em ter bons jogadores. Já tínhamos um bom time, com jogadores da seleção colombiana, mas caímos na chave do São Paulo. Caímos com o Defensor de Lima, fomos lá e ganhamos. O São Paulo empatou em Bogotá, e nós perdemos de 3 a 0 (no Morumbi). Eu ficava no banco, entrava depois, acho que por eu ser brasileiro, talvez. No jogo anterior em Lima eu acabei fazendo um gol. Mas foi muito positivo, é uma competição que te dá muita confiança, mas foi assim.
Naquela época, só classificava um de cada grupo, e o Millonarios conseguiu a vaga em uma chave com Atlético Nacional (Colômbia), Portuguesa (Venezuela) e Valencia (Venezuela). As semifinais eram em triangulares, onde novamente só um avançava, e o time de Rubens Galaxe terminou com cinco pontos a mais que o Defensor (Peru), mas dois a menos que o São Paulo, que passou para a final.
“Eu me adaptei rápido porque eu já tinha a família da minha atual mulher. A adaptação ao grupo foi feita devagar, no dia a dia. O futebol tem uma língua só. Não precisa falar a língua de onde está. você vai aprendendo, se comunicando e fica normal. O único problema era a altitude, tive que fazer trabalhos físicos. Mas a idade ajudava”.
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GE
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