Estádio Olímpico do Rio de Janeiro, ou pode chamar de pote de ouro do Brasil. Mais uma vez o atletismo levou o país ao lugar mais alto do pódio nos Jogos Paralímpicos de 2016, a terceira entre quatro até o momento. O herói do sábado foi Claudiney Santos, campeão no lançamento do disco F56, para competidores com lesão nos membros inferiores, com direito a recorde paralímpico e festa por antecipação. Os 45.33m alcançados ainda na primeira rodada foram suficientes para conquista.
A medalha dourada em uma grande competição, entretanto, demorou para aparecer. Prata no lançamento do dardo em Londres 2012, Claudiney repetiu o resultado no Mundial de Lyon 2013 e ficou com o bronze no disco. Dois anos depois, o pódio se inverteu: prata no disco em Doha e bronze no dardo. Em casa, era hora que colocar um ponto final na final do quase.
– Essa medalha veio para coroar não só o meu trabalho como o de todo mundo que está comigo. O sentimento é de gratidão, realização de um sonho. Sempre procurei por essa medalha e não veio em Londres, bateu na trave. Em casa, o sabor é melhor ainda. Tive amadurecimento físico, mental, patrocinadores apoiaram. Tudo isso serviu para evolução – disse o campeão.
Último a lançar entre os dez participantes, Claudiney precisou de somente duas tentativas para assumir a liderança e atingir os 45.33m do recorde paralímpico. Na segunda rodada, o número de candidatos caiu para oito, mas o foco estava no cubano Leonardo Diaz, dono da melhor marca do ano até então, e de Alireza Nasseri, do Irã. Nenhum dos dois chegou nem perto. Aí, o ouro era questão de tempo.
Sereno, Claudiney viu os outros três adversários errarem um a um, bem longe de sua marca, e garantiu o título paralímpico quando o egípcio Ibrahim Ibrahim queimou suas três tentativas. O telão exibiu o resultado e a torcida fez a festa. O brasileiro ainda seguiu para os últimos três lançamentos, mas ao errar no primeiro abriu mão da prova para comemorar. É ouro! Mais um no Engenhão.