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Com cinco brasileiros, Guangzhou FC tem futuro incerto diante de crise da Evergrande

Dono de oito títulos nas últimas 10 edições do Campeonato Chinês, o Guangzhou FC é mais um clube no país que corre o risco de ruir diante da crise de seu

Com cinco brasileiros, Guangzhou FC tem futuro incerto diante de crise da Evergrande
Com cinco brasileiros, Guangzhou FC tem futuro incerto diante de crise da Evergrande

Redação Publicado em 21/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 10h06


Alan, Aloísio, Elkeson, Fernandinho e Ricardo Goulart estão no time, que dominou futebol chinês nos últimos anos, mas tem situação indefinida com colapso de seu principal acionista

Dono de oito títulos nas últimas 10 edições do Campeonato Chinês, o Guangzhou FC é mais um clube no país que corre o risco de ruir diante da crise de seu principal acionista. A equipe tem como principal acionista a Evergrande, empresa do ramo imobiliário que tem dívida de US$ 300 bilhões e provoca danos no mercado global com um possível calote.

O time conta com cinco brasileiros no elenco, todos naturalizados chineses e atacantes: Alan, Aloísio, Elkeson, Fernandinho Conceição e Ricardo Goulart. Alan, Aloísio e Elkeson estão, no momento, a serviço da seleção chinesa, que treina para as próximas rodadas das eliminatórias asiáticas para a Copa do Mundo.

Os atacantes Ricardo Goulart e Elkeson fazem parte do elenco do Guangzhou FC, que levava o nome da Evergrande — Foto: VCG via Getty Images

Os atacantes Ricardo Goulart e Elkeson fazem parte do elenco do Guangzhou FC, que levava o nome da Evergrande — Foto: VCG via Getty Images

A incerteza sobre o futuro do Guangzhou é ainda maior porque a Superliga Chinesa está em recesso há mais de um mês, desde o fim da sua primeira fase. Não há data para a disputa da próxima etapa da competição, mas o portal Sina.com diz que a reapresentação no clube está marcada para esta quinta-feira.

O Gugangzhou FC terminou a primeira fase na segunda posição, com 30 pontos em 14 jogos, três a menos que o líder Shandong Luneng. Em publicações nas redes sociais nesta semana, o técnico da equipe, Fabio Cannavaro, aparece na Itália.

A imprensa chinesa relata o clube espera, ao menos, finalizar o ano e evitar uma saída no meio do campeonato. Um acordo com a Associação Chinesa de Futebol seria possível para adiantar recursos e viabilizar o pagamentos dos altos salários até o fim de 2021.

Aloísio "Boi Bandido", em treino pela seleção chinesa: atacante é mais um dos brasileiros naturalizados do elenco do Guangzhou — Foto: Arquivo pessoal

Aloísio “Boi Bandido”, em treino pela seleção chinesa: atacante é mais um dos brasileiros naturalizados do elenco do Guangzhou — Foto: Arquivo pessoal

O Guangzhou também tem brasileiros trabalhando em suas academias nas categorias de base. O ge ouviu um deles, que preferiu não se identificar, mas declarou que todos foram desligados das equipes e aguardam a rescisão formal do contrato para o retorno ao Brasil.

Mesmo diante do colapso da Evergrande, há possibilidades para que o Guangzhou FC siga em atividade. A imprensa chinesa diz que outras empresas estatais podem assumir o clube. No entanto, é improvável que o aporte financeiro siga comparável ao período de gestão do companhia de construção civil.

Caso acabe, o Guangzhou teria o mesmo fim do atual campeão chinês. O Jiangsu Suning encerrou as atividades em fevereiro deste ano, dois meses depois de conquistar o título. A empresa que dava nome à equipe a colocou a venda, mas não encontrou comprador e decidiu acabar com o projeto. O Tianjin Tianhai, ex-equipe de jogadores como Witsel e Alexandre Pato, teve o mesmo destino.

O Guangzhou levava o nome da Evergrande até o ano passado. Em 2021, a Associação Chinesa de Futebol obrigou os clubes a retirarem os nomes de seus donos. A empresa investe na equipe desde 2010. O clube, que frequentava a Segunda Divisão, passou a dominar o futebol chinês.

Com o investimento da companhia, o time conquistou sete títulos da Superliga seguidos entre 2011 e 2017 e também levou em 2019. Tem ainda duas taças da Copa da China e duas da Liga dos Campeões da Ásia, em 2013 e 2015.

Brasileiros de destaque acompanharam a trajetória do Guangzhou, como o técnico Luiz Felipe Scolari, treinador entre 2015 e 2017, além de jogadores como Robinho, Paulinho, Ricardo Goulart e Anderson Talisca.

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Globo Esporte

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