Segundo informações, a vítima fez até cirurgias plásticas acreditando no 'relacionamento'
Manoela Cardozo Publicado em 05/10/2022, às 10h44
Uma aposentada de 61 anos perdeu cerca de R$ 208 mil para um golpista que fingia ser o ator Johnny Depp.
A moradora de Osasco (SP), Cíntia Cristina de Paula Durães, acreditava que estava conversando com o protagonista de Piratas do Caribe pelo Instagram.
A mulher chegou a vender o carro e a casa para ajudar o golpista, segundo informações do processo que moveu contra o Banco do Brasil em tentativa de repor as perdas com as transferências que fez – o pedido que foi negado pela Justiça.
A aproximação dos dois teve início em outubro de 2020, quando conversavam trivialidades sobre assuntos do dia a dia.
Com o passar do tempo, a pessoa que se passava por Johnny Depp começou a dizer que precisava de dinheiro 'para o pagamento de condenações em processos nos quais estava envolvido'.
A aposentada fez vários depósitos para Antônio Roberto do Carmo, que o golpista identificou como o 'amigo brasileiro de seu advogado'.
Vale lembrar que, na época do fatos, o ator estava realmente envolvido em uma disputa judicial com a ex-esposa e atriz Amber Heard, que o acusou de violência doméstica.
Cíntia chegou a fazer uma cirurgia plástica acreditando que iria relmente se mudar para Los Angeles por causa do relacionamento.
Segundo o processo, a vítima chegou a fazer um depósito em novembro de 2020 no valor de R$ 15 mil e outros dois em dezembro, de R$ 40,4 mil e R$ 153 mil.
De acordo com a advogada Eduarda Silva Chaves Tosi, que representou Cíntia na ação, a pandemia contribuiu para a aposentada estivesse mais vulnerável, a ponto de acreditar na mentira do golpista, “haja vista o abalo emocional vivenciado”.
A advogada acrescentou que “ela só procurava uma saída ou mudança de vida”.
As conversas com o criminoso só foram interrompidas depois da interferência do filho da aposentada, que viu as transferências e descobriu que a mãe tinha sido vítima de um golpe.
A mulher entrou na Justiça contra o Banco do Brasil alegando negligência ao permitir as transferências. Segundo ela, a instituição deve arcar com a responsabilidade no caso, por ter permitido que o golpista que se passava por Depp no Instagram abrisse uma conta falsa.
A instituição financeira se defendeu dizendo que a mulher "transferiu os valores por livre e espontânea vontade” e que o prejuízo não foi causado pelo banco, e sim “em razões de acontecimentos que escapam ao seu poder”.
De acordo com informações do processo, a aposentada não apresentou boletim de ocorrência e nem mesmo as conversas com o perfil do suposto golpista.
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