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Analfabetismo no Brasil

Analfabetismo cai, mas ainda atinge 7% dos brasileiros acima dos 15 anos, diz IBGE

Nordeste mantém taxa de analfabetismo duas vezes maior que a média nacional

Nordeste e Norte são as regiões mais afetadas - Imagem: Reprodução / Freepik
Nordeste e Norte são as regiões mais afetadas - Imagem: Reprodução / Freepik

Sabrina Oliveira Publicado em 17/05/2024, às 13h25


Os dados mais recentes do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (17), revelam que 7% dos brasileiros com mais de 15 anos ainda não sabem ler e escrever um bilhete simples. Este percentual representa cerca de 11,4 milhões de pessoas. Em comparação, o Censo de 2010 registrou uma taxa de analfabetismo de 9,6%.

Desde 1940, quando foi realizado o primeiro Censo, a taxa de analfabetismo tem mostrado uma queda constante. Naquela época, 56% da população era analfabeta. A seguir, as taxas de analfabetismo em cada Censo ao longo das décadas:

  • 1940: 56%
  • 1950: 50,5%
  • 1960: 39,6%
  • 1970: 33,6%
  • 1980: 25,5%
  • 1991: 20,1%
  • 2000: 13,6%
  • 2010: 9,6%
  • 2022: 7%

O Censo de 2022 também destacou diferenças significativas na taxa de analfabetismo entre diversos grupos étnicos. A taxa mais alta foi registrada entre os indígenas, com 15,1% de analfabetos. Entre os pretos, a taxa foi de 10,1%, e entre os pardos, 8,8%. Em contrapartida, as taxas de analfabetismo entre pessoas de cor branca e amarela foram de 4,3% e 2,5%, respectivamente. Portanto, as taxas de analfabetismo entre pretos e pardos são mais que o dobro das dos brancos, e a taxa entre os indígenas é quase quatro vezes maior.

Desigualdades regionais

A região Nordeste continua a ser a mais afetada pelo analfabetismo, com uma taxa de 14,2%, o dobro da média nacional de 7%. Em 2010, essa taxa era de 19,1% na região, contra 9,6% da média nacional. Seguindo o Nordeste, a região Norte apresentou uma taxa de analfabetismo de 8,2%. As regiões Centro-Oeste e Sudeste registraram taxas de 5,1% e 3,9%, respectivamente, enquanto a região Sul teve a menor taxa, com 3,4%.

Entre as unidades da federação, Alagoas (17,7%) e Piauí (17,2%) apresentaram as maiores taxas de analfabetismo. Por outro lado, Santa Catarina (2,7%) e o Distrito Federal (2,8%) registraram as menores taxas.

Quando analisada a taxa de analfabetismo pelo tamanho dos municípios, observou-se que nas cidades com mais de 100.000 habitantes, a taxa ficou abaixo da média nacional. As maiores taxas foram encontradas no Nordeste, em municípios com menos de 10.000 habitantes, sendo que 22 dos 25 municípios com as maiores taxas estão nessa região, todos no Piauí.

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