As mudanças nos cartões de crédito devem levar a reajustes de preços ao consumidor
Vitória Tedeschi Publicado em 18/08/2023, às 17h35
O governo federal e o Banco Central do Brasil (BC) têm conversado com bancos e entidades do varejo em busca de alternativas para substituir o rotativo do cartão de crédito - que acontece quando o cliente não paga o valor total da fatura e joga a dívida para o mês seguinte.
De acordo com o G1, o rotativo é a modalidade de crédito mais cara do país, com juros que chegam a 437,3% ao ano, e tem sido alvo frequente de críticas do governo. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por exemplo, defende que isso "prejudica muito" a população de baixa renda.
Agora, o Banco Centraltambém parece estar estudando alternativas para diminuir a inadimplência na linha do rotativo do cartão, inclusive com a possibilidade de limitação dos juros na modalidade e até a possível extinção da linha de crédito, com um parcelamento com juros mais baratos no lugar.
No entanto, após as discussões iniciais, que vem acontecendo ao longo da semana, nesta sexta-feira (18), segundo a coluna Painel S.A, do jornalista Julio Wiziack, da Folha de S.Paulo, varejistas afirmam que uma nova proposta feita pelos bancos ao grupo criado pelo Banco Central para discutir as mudanças nos cartões de crédito levará a reajustes de preços ao consumidor.
Nesse cenário, haverá um aumento na taxa cobrada dos lojistas nas compras parceladas, sem juros, acima de seis prestações. O comércio diz que isso elevará os custos financeiros do cartão em 70% e não há como evitar repasses aos preços, o que vai gerar retração de consumo.
Ainda de acordo com a coluna, a proposta dos bancos eleva entre 60% e 70% a Tarifa de Intercâmbio (TIC) no parcelamento acima de seis vezes. A TIC é a taxa cobrada acima de todas as transações realizadas por meio dos cartões (com ou sem juros), que existe para remunerar os emissores de cartões.
Vale citar, que as empresas de maquininhas são responsáveis por descontar a tarifa dos comerciantes, que pagam para ter cartões de crédito e débito em seus estabelecimentos. Em seguida, o valor é repassado para a instituição financeira emissora, que têm os bancos como principais acionistas.
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