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CARTÃO DE CRÉDITO

Congresso e Banco Central consideram limitar juros do cartão de crédito parcelado

De acordo com a pesquisa, 67% dos brasileiros se opõem ao fim do parcelamento no cartão de crédito

Congresso e Banco Central consideram limitar juros do cartão de crédito parcelado - Imagem: Reprodução | UOL
Congresso e Banco Central consideram limitar juros do cartão de crédito parcelado - Imagem: Reprodução | UOL

Marina Roveda Publicado em 02/10/2023, às 08h04


Diante dos altos juros praticados no Brasil, superando 450% ao ano, o Banco Central e o Congresso Nacional estão analisando maneiras de limitar os juros em até 100% ao ano ou até mesmo proibir a modalidade de parcelamento no cartão de crédito. O economista André Sandri, em entrevista à Jovem Pan News, expressa preocupações com essa medida, afirmando que isso poderia afetar mais de 40% do mercado nacional.

Ele argumenta que essa restrição seria prejudicial para a economia brasileira e para os brasileiros, especialmente os de baixa renda, que dependem do parcelamento sem juros para realizar sonhos, efetuar pagamentos e complementar sua renda. Sandri também aponta a falta de educação financeira no Brasil como um fator que leva muitos a utilizar o parcelamento, já que as taxas de juros rotativos são extremamente elevadas, chegando a cerca de 500% ao ano.

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revela que 115 milhões de brasileiros adquiriram a maior parte de seus bens por meio do parcelamento no cartão de crédito, e 67% dos entrevistados são contra o fim dessa modalidade. A pesquisa ainda mostra que 76% dos entrevistados usaram o parcelamento nos últimos 12 meses para adquirir itens como eletrodomésticos, celulares, viagens, roupas, calçados, educação e cursos.

Sandri acredita que uma abertura no mercado financeiro com a entrada de mais bancos e fintechs pode naturalmente reduzir as taxas de juros, mas forçar uma redução drástica pode levar bancos e financeiras a limitar o crédito oferecido aos consumidores.

Como o brasileiro não tem educação financeira, infelizmente este parcelado se torna o rotativo (…) Com uma abertura de economia com mais bancos e mais fintechs trazendo esse tipo de produto, trazendo crédito, a gente vai ter uma redução. Com essa redução forçada pelo lado da política, do governo forçando isso, a taxa de crédito que está em 445% vai ir para 100%. O que deve ocorrer? Bancos e financeiras vão reduzir o crédito”, finaliza Sandri.
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