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Campos Neto admite que a economia cresceu 'muito mais' do que o esperado nos últimos anos

Crescimento do PIB brasileiro em 2023 supera expectativas, alcançando 2,9%, segundo dados do IBGE, gerando otimismo para 2024

Campos Neto. - Imagem: Divulgação / Banco Central
Campos Neto. - Imagem: Divulgação / Banco Central

Marina Milani Publicado em 05/03/2024, às 10h34


O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou em uma palestra realizada nesta segunda-feira (4) na Associação Comercial de São Paulo (ACSP) que a atividade econômica do Brasil tem surpreendido positivamente nos últimos anos. Campos Neto ressaltou que economistas têm errado consistentemente em suas projeções, com taxas de crescimento superiores às esperadas em 2021, 2022 e 2023.

O destaque vai para o ano de 2023, quando o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 2,9%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado, embora represente uma pequena desaceleração em relação ao ano anterior (+3% de alta em 2022), ficou muito acima do estimado pelo mercado financeiro no início do ano.

Para 2024, já há um movimento de revisão dos números para cima por parte dos economistas, indicando otimismo quanto ao desempenho econômico do país. Além disso, a previsão de crescimento do PIB para este ano tem sido elevada, tanto pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, que estima um crescimento de 2,2%, quanto pelo mercado financeiro, que recentemente elevou sua projeção de 1,68% para 1,75%.

O presidente do Banco Central também ressaltou o crescimento estrutural da economia brasileira, que, segundo cálculos do mercado, subiu de 1,8% para 1,9%. Esse crescimento, que não gera inflação, é atribuído às reformas implementadas e ao desempenho do mercado de trabalho, que tem apresentado números melhores do que o esperado.

Em relação à inflação e ao déficit das contas públicas, Campos Neto avaliou que as estimativas dos agentes econômicos estão convergindo com as metas estabelecidas. Embora as projeções estejam acima do objetivo central para os próximos anos, há uma convergência benigna. O presidente do Banco Central destacou ainda que o mercado financeiro não acredita que o governo conseguirá zerar o déficit de suas contas neste ano, mas expressou confiança de que o governo pode apresentar um resultado melhor do que o projetado.

Apesar das perspectivas positivas, Campos Neto ressaltou a importância de avaliar estruturalmente o cenário econômico para o futuro, especialmente considerando o aumento contínuo da dívida pública, uma questão enfrentada não apenas pelo Brasil, mas por muitos outros países.

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