Nesta época de crise, com desemprego em alta, cresceu a procura por trabalhos temporários, os chamados free-lancers. São trabalhos de um dia, uma semana, mas que ajudam a pagar as contas no fim do mês.
São José do Rio Preto (SP) é forte nesse segmento de trabalho temporário no noroeste paulista por causa dos eventos. A cidade recebe por ano cerca de 350 eventos, entre feiras, exposições, congressos e festas. É quase um evento por dia. A expectativa para 2017 é movimentar mais de R$ 150 milhões.
Por conta da crise, a procura por esse tipo de trabalho aumentou no último ano. A empresária Eliane Dias trabalha com eventos e conta que antes era difícil encontrar um ajudante agora ela tem que dispensar trabalhadores. “Antes era um dificuldade arrumar pessoas a descarregar um simples caminhão, hoje as pessoas se oferecem, e chego a dispensar interessados pelo tanto de pessoas que aparecem”, afirma.
A empresa dela monta os estandes e para isso também precisa contratar free-lancers, em média, cinco pessoas por evento. “Eu tenho a mão de obra qualificada, marceneiro, eletricista aí eu contrato free-lancers para ajudar a minha obra qualificada”, diz Eliane.
A empresária Gislaine de Freitas trabalha com eventos há mais de 20 anos. A especialidade dela é organizar feiras e congressos na área de saúde. Em média a empresa que ela comanda organiza em torno de 25 eventos por ano e para cada um, o número de free-lancers contratados varia. Um evento grande, por exemplo, exige em torno de 80 a 100 pessoas.
“Dentro de um evento, nós temos várias frentes, que precisam de muitos trabalhadores para que o evento possa ocorrer. Nós precisamos das recepcionistas, dos trabalhadores que ficam nos bastidores, na produção do evento, das meninas que ficam dentro das salas, nas secretarias, nos transfers, nos hotéis, nos receptivos, nos hotéis”, afirma.
Os free-lancers ganham em média R$ 280 por dia e para conseguir uma vaga em um desses eventos Gislaine explica o que o candidato precisa ter. “As pessoas precisam ser dedicadas, comprometidas, ter interesse naquilo que está fazendo, para caminhar dentro do segmentos de evento, sair de uma recepcionista e virar para um cargo mais remunerado”, afirma Gislaine.
Eric Ribeiro é bailarino e maquiador e trabalha como free-lancer, sem registro em carteira, há três anos. Ele ganha geralmente por dia ou por maquiagem que faz e garante que dá para viver muito bem assim. “Eu consigo tirar um valor até mais do que eu tirava quando era registrado”, afirma.