Prefeitura, bancos e delegacias são atacados na 2ª noite de violência no Ceará

Cidades da Grande Fortaleza registraram mais uma noite e uma madrugada de ataques. Prefeitura, agências bancárias e delegacias foram os alvos de ataques

Prefeitura, bancos e delegacias são atacados na 2ª noite de violência no Ceará -

Redação Publicado em 04/01/2019, às 00h00 - Atualizado às 07h45

Ataques a ônibus e prédios públicos e privados ocorrem desde a noite de quarta-feira (2), em um total de 41 crimes. Polícia diz que prendeu 18 pessoas desde o início da onda de violência.

Cidades da Grande Fortaleza registraram mais uma noite e uma madrugada de ataques. Prefeitura, agências bancárias e delegacias foram os alvos de ataques incendiários na madrugada desta sexta-feira (4). Desde a noite de quarta-feira (2), ocorreram 41 ataques em Tinguá, Pacatuba, Horizonte, Maracanaú, Fortaleza, Caucaia, Pindoretama, Eusébio e Canindé.

Desde o início dos ataques, 13 ônibus foram incendiados, tiros foram disparados contra prédios e bancos, e artefatos caseiros incendiários foram arremessados contra delegacias. Uma bomba foi colocada na coluna de um viaduto na BR-020, em Caucaia, e corre risco de desabar. Segundo a Secretaria da Segurança do Ceará, 18 suspeitos foram detidos desde quarta, quando começaram os ataques.

A Secretaria de Segurança do Ceará não informou a motivação dos crimes. O presidente do Conselho Penitenciário do Estado do Ceará, Cláudio Justa, acredita que os atentados são represália à fala do novo secretário de Administração Penitenciária (SAP), Luís Mauro Albuquerque, que foi nomeado para o cargo neste ano. O novo secretário afirmou que “o Estado não deve reconhecer facção” em presídio e fará fiscalização rigorosa para evitar a entrada de celular nas unidades prisionais.

Fortaleza tem onda de ataques a ônibus desde a madrugada — Foto: Camila Lima/SVM

Luís Mauro Albuquerque ainda se posicionou contra a separação de detentos por facção criminosa nas unidades prisionais do Estado.

No ataque ao prédio da Caixa da Pajuçara, na madrugada desta sexta, um grupo invadiu a agência com um carro, quebrou as vidraças e em seguida incendiou o local. Os suspeitos estavam acompanhados de um grupo que deu apoio à fuga, de acordo com a Polícia Rodoviária Estadual (PRE). O prédio foi incendiado pelos criminosos.

Ainda durante a madrugada desta sexta-feira, o Palácio Municipal da Prefeitura de Maracanaú também foi atacado. Uma das salas no térreo, que estava em reforma, foi incendiada. A ação não resultou em vítimas e o fogo foi controlado logo em seguida. Ninguém foi preso até o momento.

Grupo criminoso assaltou e incendiou concessionária no Bairro Papicu, em Fortaleza. — Foto: Thiago Gadelha/Diário do Nordeste

A sequência de ataques, iniciada na noite de quarta, teve as seguintes ações:

Noite de quarta-feira (2)

Quinta-feira (3)

Criminosos detonaram uma bomba contra a estrutura de um viaduto na Caucaia — Foto: João Pedro Ribeiro/TV Verdes Mares

Sexta-feira (4)

Envio das Forças Armadas

Pelo menos seis ônibus foram incendiados em Fortaleza — Foto: Messias Borges/SVM

Diante dos ataques, o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), solicitou do ministro da Justiça, Sérgio Moro, apoio da Força Nacional. O ministro de Jair Bolsonaro decidiu que só serão enviadas “em caso de deterioração da segurança”.

O Ministério da Justiça informou ainda na quinta-feira (3) que o titular da pasta, Sérgio Moro, decidiu que só enviará tropas da Força Nacional ao Ceará se houver “deterioração” da segurança no estado. O ministro determinou que PF, PRF e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) auxiliem no combate à violência.

“O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, determinou, nesta quinta-feira (3/1), à Polícia Federal, à Polícia Rodoviária Federal e ao Departamento Penitenciário Nacional que tomem todas as providências necessárias para auxiliar o estado do Ceará no combate aos atos de violência ocorridos ao longo do dia. A decisão visa dar apoio imediato ao estado, solicitado pelo governador Camilo Sobreira de Santana”, diz a nota do ministério.

SP DIARIO polícia

Leia também