Polícia diz que prendeu ‘arquivo’ de facção, responsável pelo cadastro dos integrantes

A Polícia Civil de São Paulo afirma que prendeu o homem responsável pelo "arquivo" do PCC durante a operação que levou 41 integrantes da facção à prisão nesta

Polícia diz que prendeu ‘arquivo’ de facção, responsável pelo cadastro dos integrantes -

Redação Publicado em 30/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h26

Ao menos 41 pessoas ligadas ao PCC foram presas nesta quinta. Beto seria o responsável pela lista de integrantes, dos novatos até aqueles que tinham dívidas com a quadrilha.

A Polícia Civil de São Paulo afirma que prendeu o homem responsável pelo “arquivo” do PCC durante a operação que levou 41 integrantes da facção à prisão nesta quinta-feira (29).

Gilberto Ferreira, o Beto, seria responsável pela lista de integrantes, dos novatos até aqueles que tinham dívidas com a quadrilha. Com ele, foram encontrados cadernos e pen drives. Os arquivos, diz a polícia, guardam registros de integrantes importantes na hierarquia da facção em todo o Brasil.

“Ele é o arquivo. Ele mantinha esse arquivo, ele recebia as infos, ele recebia a info de outros estados e mantinha isso arquivado. E ele repassava essas informações ao superiores dele. Essa informação que a gente está tentando obter dele agora”, afirma o delegado Carlos Batista, titular da 6.ª Dise do Denarc (Departamento de Narcóticos) . A TV Globo não conseguiu contato com a defesa de Ferreira.

A polícia diz que Gilberto Ferreira também era traficante e fornecia crack e cocaína para a região da Cracolândia, no Centro de São Paulo, junto com outros grupos que atuam na Zona Leste de São Paulo e em municípios da Região Metropolitana. Todos foram identificados e presos.

Segundo a polícia, com os documentos apreendidos nesta quinta, será possível montar o cronograma de toda a estrutura da facção no Brasil, incluindo os principais chefes. O delegado disse que vão quantificar o número de pessoas mencionadas nas listas de Gilberto Ferreira.

“Hoje nós temos aqui identificados todos os membros dessa facção criminosa. Toda a liderança a nível nacional dessa facção criminosa. Milhares de nomes. Não posso falar se são mil, dois ou três mil, mas é uma grande quantidade”, diz o delegado Alberto Pereira Matheus Jr.

Investigação

A investigação começou há oito meses, após a polícia fazer uma operação na Cracolândia e prender integrantes da facção que forneciam craque e cocaína na região.

Por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça, os policiais passaram a monitorar toda a logística da quadrilha, da compra à distribuição das drogas, e identificou todo o esquema e os seus participantes.

Segundo a polícia, toda a droga fornecida à Cracolândia vinha de oito quadrilhas que agiam em bairros da Zona Leste de São Paulo e em cidades como Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá e Mogi das Cruzes.

“Esse material é um golpe na facção criminosa. Quando você desarticula um tráfico, quando você desarticula uma chefia, eles substituem. Agora pergunto pra você: como é que você vai subsituir uma organização toda?”, questionou o delegado Alberto Pereira Mateus Junior.

Zona Norte

Em outra operação desta quinta, seis integrantes da mesma facção foram presos por roubo de carga e tráfico de drogas na Zona Norte de São Paulo. Foram apreendidas armas, munição, balanças e máquinas para embalar entorpecentes e meia tonelada de drogas. A cocaína era vendida em bisnagas.

A polícia afirma que José Rocha de Moraes comandava a quadrilha e o dinheiro do tráfico abastecia os cofres da organização criminosa. A TV Globo procura o contato da defesa de Moraes.

“Nós vamos continuar, vamos fazer a lavagem de dinheiro. Porque não adianta parar no tráfico e não quebrar o poder financeiro da quadrilha. Então, vamos identificar os bens que cada um possui, pedir o bloqueio desses bens, ver como adquiriram, fazer origem da lavagem de dinheiro e dar continuidade às investigações”, diz o delegado Carlos Alberto da Cunha.

SP DIARIO Sao Paulo

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