O que se sabe sobre a troca de tiros entre policiais de MG e SP em Juiz de Fora

Na última sexta-feira (19), um tiroteio entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo deixou um policial, de 37 anos, morto no estacionamento de um

O que se sabe sobre a troca de tiros entre policiais de MG e SP em Juiz de Fora -

Redação Publicado em 22/10/2018, às 00h00 - Atualizado às 16h11

Seis pessoas tiveram as prisões ratificadas por quatro crimes. Caso segue em apuração na Delegacia de Homicídios da cidade mineira.

Na última sexta-feira (19), um tiroteio entre policiais civis de Minas Gerais e de São Paulo deixou um policial, de 37 anos, morto no estacionamento de um hospital em Juiz de Fora. No local do crime, também estavam empresários de empresa de segurança e doleiros.

Quatro policiais foram presos por lavagem de dinheiro; um homem de 42 anos foi preso por homicídio e um idoso de 66, por estelionato tentado. Mais de R$ 14 milhões – a maioria em notas falsas – foram apreendidos, junto com armas, cartuchos, carros e distintivos.

O caso segue em apuração na Delegacia de Homicídios de Juiz de Fora. De acordo com a assessoria da Polícia Civil de Minas Gerais, não serão repassadas informações até a conclusão do inquérito. Também não há prazo definido, porque o delegado responsável, Armando Avólio, pode solicitar prorrogação.

Também está em andamento a apuração das atuações dos policiais na Corregedoria da Polícia Civil mineira.

Policiais civis se desentenderam e iniciaram troca de tiros no Hospital Monte Sinai — Foto: Reprodução/TV Integração

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que aguarda a apuração do caso e que, se comprovados os desvios de conduta, os policiais envolvidos responderão administrativa e criminalmente, de acordo com os atos praticado por cada um.

Após a audiência de custódia neste domingo (21) no Fórum Benjamim Colucci, em Juiz de Fora, quatro policiais de São Paulo tiveram as prisões em flagrante confirmadas e deram entrada no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (22).

Apontado como doleiro e responsável pelos mais de R$ 14 milhões, Antônio Vilela, teve a prisão confirmada pelo crime de estelionato tentado. Após ter alta do Hospital Monte Sinai no domingo, deu entrada no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp).

Segue internado o dono de uma empresa de segurança, Jerônimo da Siva Leal Júnior, que teve a prisão por homicídio confirmada na audiência de custódia. Ele segue internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Monte Sinai com acompanhamento da Central de Escolta de Juiz de Fora (Ciesp).

Policiais civis envolvidos em tiroteio em Juiz de Fora são transferidos

O que se sabe sobre o tiroteio em Juiz de Fora

Sexta-feira (19)

Sábado (20)

Polícias de MG e de SP investigam tiroteio entre policiais dos dois estados

Domingo (21)

Exclusivo: negociação ilegal termina com morte de policial em Juiz de Fora, Minas Gerais

Segunda-feira (22)

Histórico do caso

G1 e o MGTV tiveram acesso à ata de audiência de custódia, onde constam infromações sobre a investigação dos fatos que levaram ao tiroteio no estacionamento.

De acordo com o apurado na investigação e a denúncia encaminhada pelo Ministério Público, Flávio de Souza Guimarães saiu de São Paulo para Juiz de Fora na sexta-feira com 12 pessoas — entre elas nove policiais civis e Jerônimo da Silva Leal Júnior, que é dono de uma empresa de segurança com sede na capital.

Os outros dois acompanhantes foram um homem apontado como dono de empresas no exterior e um homem que ainda não foi identificado. Parte do grupo veio de jato fretado. Os policiais vieram em dois veículos.

Segundo os relatos que constam do processo, se tratava de uma “escolta VIP” com o objetivo de trocar dólares por reais com o empresário mineiro Antônio Vilela, que também estaria sendo escoltado, mas por policiais civis mineiros.

As negociações começaram no lobby do hotel próximo ao hospital e terminou no estacionamento.

Segundo a investigação, os tiros começaram por causa de um “desacerto”, quando foi detectado que a maior parte do dinheiro, equivalente a R$ 14 milhões, era falsa. E ainda conforme a análise do juiz, relatos das testemunhas colocam em xeque a versão apresentada pelos policiais mineiros.

A Justiça também apontou que as malas com o dinheiro estavam em um veículo com placas de Belo Horizonte no estacionamento, “cujo proprietário nao constou do boletim de ocorrência”.

Além de acatar o pedido de prisão dos seis envolvidos, o juiz Paulo Tristão atendeu ao pedido da defesa de Jerônimo da Silva Leal Júnior para que ele seja visitado pelos familiares mais próximos e pela advogada mediante a presença da escolta.

A suspeita inicial é a de que Jerônimo, que estava com a mala de dinheiro falso, atirou no policial, que revidou. A Justiça diz, porém, que só a perícia em todas as armas poderá esclarecer quem atirou, porque os depoimentos das testemunhas apontaram que foram feitos muitos disparos.

SP DIARIO polícia

Leia também