Número de barracos em favela de Rio Preto cresce em um ano

Famílias que não conseguem manter a casa estão formando favelas em terrenos em bairros de São José do Rio Preto (SP). São barracos improvisados, sem qualquer

Número de barracos em favela de Rio Preto cresce em um ano -

Redação Publicado em 11/11/2016, às 00h00 - Atualizado às 18h17

Vila Itália começou com dez famílias hoje tem mais de 300 barracos.
Outro ponto da cidade, no Brejo Alegre, também há nova favela.

Famílias que não conseguem manter a casa estão formando favelas em terrenos em bairros de São José do Rio Preto (SP). São barracos improvisados, sem qualquer infraestrutura. A favela da Vila Itália, no ano passado, tinha cerca de 15 barracos, atualmente já está com mais de 100.

Além dela, um novo espaço começa a ser ocupado por famílias que não tem mais dinheiro para pagar pela moradia. A área fica no bairro Brejo Alegre, ao lado da Vila Toninho.  A desempregada Milena Pereira foi uma das primeiras a chegar. Ela acabou de se separar  e perder o emprego de cuidadora de idoso.

Com uma filha de dois anos, essa foi a alternativa que encontrou para não ficar na rua, ao relento. “Não vou pagar aluguel porque saí do serviço para cuidar dos meus filhos. Como não tinha condições mais, aproveite e vim para cá”, afirma.

A desempregada Severina Marlene morava de aluguel  e com o que ganhava como diarista conseguia se manter, mas as faxinas foram ficando cada vez mais escassas e as dívidas cada vez maiores. Foi então que desistiu de morar de aluguel e veio para o Brejo Alegre. “Como vamos pagar aluguel, comer, se manter? Já estava a ponto de ficar na rua então resolvi vir para cá”, diz.

Moradores falam que perderam emprego e não conseguem pagar aluguel (Foto: Reprodução/TV TEM)

A ocupação começou há mais de um mês. No início eram oito barracos hoje são 20 e o que mais chama a atenção é que eles estão sendo construídos bem perto da linha do trem. “Os parafusos do trem voam para dentro da casa, do quintal, é perigoso, mas não temos o que fazer”, afirma Maria.

Vila Itália
Centenas de moradores vivem em condições precárias. A área particular, de 35 mil metros quadrados, está tomada de barracos. A ocupação começou há mais de um ano com dez famílias. Hoje já são mais de cem, cerca de 300 pessoas, quase metade são crianças que vivem sem nenhuma infraestrutura.

Grávida de cinco meses, a dona de casa Tatiane Gomes diz que se pudesse escolher com certeza não era na favela que gostaria de estar, com o marido que está desempregado e os três filhos pequenos.  “Ficou complicado pagar aluguel, luz, água, comida”, diz.

Para o promotor da Defensoria Pública Júlio Tanone, a situação é grave. “A solução imediata é atendimento assistencial, como água, transporte para crianças irem para a escola. Do outro lado, o município fazer o básico e cuidar das pessoas oferecendo assistência social e política pública para enfrentar a crise dessa situação”, afirma.

Barracos foram montados no bairro Brejo Alegre (Foto: Reprodução/TV TEM)

Em nota, a prefeitura informou que muitas famílias da Vila Itália  vieram de outros estados e que algumas fazem parte de um movimento político e que todas estão cadastradas pra receber assistência social. Porém para participar dos projetos habitacionais devem comprovar três anos de residência fixa em Rio Preto e não terem participado de nenhum programa habitacional.

A prefeitura disse ainda que já pediu reintegração de posse da área da Vila Itália e uma audiência está marcada para o dia 6 de dezembro para analisar esse pedido. Mas a defensoria pública vai se reunir com representantes da prefeitura, dos donos da área e também dos moradores da favela para tentar um acordo e resolver essa situação da melhor maneira possível.

Sobre a área que fica perto da Vila Toninho, no Brejo Alegre, a prefeitura afirmou que a área pertence ao governo federal, e está sob a responsabilidade da ALL, que administra a linha férrea. A ALL informou que vai até o local para verificar a situação e só depois vai se manifestar.

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