Ministro diz que ‘complô’ atrapalha investigação da morte de Marielle Franco

O Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira (22) que um "complô" tem impedido que "se venha à tona os mandantes e os

Ministro diz que ‘complô’ atrapalha investigação da morte de Marielle Franco -

Redação Publicado em 22/11/2018, às 00h00 - Atualizado às 13h23

Interesses ‘envolvem agentes públicos, milícias e políticos’, afirmou Raul Jungmann. Crime está sem solução desde 14 de março.

O Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira (22) que um “complô” tem impedido que “se venha à tona os mandantes e os executores” do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ). O crime ocorreu em 14 de março. Até hoje, ninguém foi preso.

A declaração foi dada em Brasília, durante entrevista coletiva sobre a operação “Luz na infância”, que apura crimes relacionados a divulgação de pornografia infantil.

“Não tenho dúvida de que, se nós não conseguirmos desbaratar esse complô que impede que se venha à tona dos mandantes e dos executores, vai ficar muito difícil”, disse Jungmann.

“Sem sombra de dúvida, existem interesses que envolvem agentes públicos, milícias, políticos, que não querem e impedem que se chegue aos mandantes, sobretudo, poderosos mandantes, e também aos executores, aqueles que realizaram aquele bárbaro crime”, prosseguiu o ministro.

Vereadora Marielle Franco durante sessão na Câmara do Rio — Foto: Rafaela Cassiano/Agência O Globo

Entrevista com general Nunes

Jungmann fez a declaração depois questionado sobre o fato de o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, general Richard Nunes, ter dito à GloboNews que milicianos estão envolvidos “com toda certeza” com o mando ou a execução do assassinato de Marielle.

“Não é um crime de ódio, falei isso logo na primeira entrevista que dei, em março, sobre isso. É um crime que tem a ver com a atuação política, em contrariedade de alguns interesses. E a milícia, com toda certeza, se não estava no mando do crime em si, está na execução”, disse Nunes, na quarta-feira (21).

Questionado se há políticos envolvidos com o caso, o secretário respondeu: “Provavelmente”.

Nunes afirmou que as investigações do caso já têm 14 volumes e que alguns culpados já foram encontrados, mas o general espera reunir provas cabais do crime para que os responsáveis não sejam inocentados no futuro. Ele afirma que espera solucionar o crime até o fim da intervenção militar no Rio.

Secretário de Segurança do Rio diz que milícia está envolvida na morte de Marielle Franco

SP DIARIO Marielle Franco

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