Doria diz que SP não registrou intercorrências com vacinas da CoronaVac aplicadas de lotes suspensos pela Anvisa

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quarta-feira (8) que o estado não registrou nenhuma intercorrência com as vacinas da CoronaVac

Doria diz que SP não registrou intercorrências com vacinas da CoronaVac aplicadas de lotes suspensos pela Anvisa -

Redação Publicado em 08/09/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h31

 Governo de SP diz que não foram observadas ‘intercorrências em termos gerais’ nas pessoas que receberam o imunizante no estado.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quarta-feira (8) que o estado não registrou nenhuma intercorrência com as vacinas da CoronaVac aplicadas de lotes que foram suspensos pela Anvisa no último sábado (4).

“São Paulo não registrou nenhuma intercorrência com vacinas da CoronaVac aplicadas de lotes suspensos pela Anvisa”, afirmou o governador em coletiva de imprensa no início da tarde.

São Paulo já aplicou 4 milhões de doses desses lotes. O número corresponde a cerca de 19% do total de 21 milhões de doses da CoronaVac aplicadas no estado ao longo de toda a campanha de vacinação contra a Covid-19.

Durante a coletiva, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, sustentou a segurança e eficácia dos imunizantes. Segundo ele, a Anvisa deve receber, até esta sexta-feira (10), o documento Agência de Vigilância Chinesa atestando qualidade da vacina.

“A documentação foi encaminhada, a Anvisa aguarda a chegada de um documento da Anvisa chinesa que deve chegar ainda antes do final dessa semana. Então, do ponto de vista da qualidade dessa vacina, da segurança, não existe dúvida. Ela foi testada pelo laboratório de qualidade da Sinovac lá na China, que é referendado pela Anvisa, atestado pelo Butantan, que faz o controle de qualidade de todas as vacinas que entrega ao ministério, e atestado pelo INCQS, que é o órgão que controla a qualidade de medicamentos e vacinas aqui no Brasil”, afirmou Dimas Covas.

Lote suspenso

A Anvisa anunciou, na tarde deste sábado, que mais de 12 milhões de doses da vacina passaram por processos de produção em uma fábrica na China que não foi inspecionada pela Anvisa e, por isso, tiveram o uso suspenso no Brasil.

Outros 9 milhões de doses desses lotes estão em tramitação de envio e podem chegar ao Brasil em breve.

As Secretarias de Saúde de pelo menos 13 estados e do Distrito Federal confirmaram que receberam vacinas desses lotes e entraram em contato com os municípios para suspender a aplicação até a liberação da Anvisa.

Quatro desses estados (Rio Grande do Norte, Paraíba, Rio de Janeiro e São Paulo) confirmaram que já aplicaram na população parte das doses recebidas desses lotes.

Após a suspensão, o diretor da Anvisa, Antônio Barra Torres, disse que os estados e municípios não devem usar as vacinas desses lotes.

Além disso, quem recebeu doses que foram alvo da suspensão deverá ser acompanhado pelas autoridades de saúde, disse o diretor da Anvisa.

O diretor da Anvisa disse ainda que, além do monitoramento feito pelo Ministério da Saúde, haverá um acompanhamento por parte da própria agência.

Butantan atesta qualidade

Segundo o diretor do Instituto Butantan, as vacinas envasadas em fábrica não certificada não oferecem riscos à população. Ela ressaltou ainda que essas doses passaram pelo processo de controle de qualidade do Butantan.

“O que ocorreu é que no curso da pandemia, a Sinovac colocou em funcionamento várias linhas do que nós chamamos de envase, quer dizer, a vacina é produzida em um local e ela é envasada em outro local. E esse último lote foi envasado em uma das fábricas novas da Sinovac que não havia sido visitada pela Anvisa. Então, isso criou aí uma necessidade de acertar com a Anvisa a certificação dessa nova unidade e isso está sendo providenciado” defendeu o diretor.

A suspensão das doses produzidas na fábrica não certificada tem o prazo de 90 dias. Durante esse período, a Anvisa vai trabalhar na avaliação das condições de boas práticas de fabricação da unidade não inspecionada para saber se a qualidade, a segurança e a eficácia da vacina estão comprometidas, e qual o impacto para a população vacinada com essas doses.

No final de semana, em nota, o Instituto Butantan chegou a dizer que “a medida da Anvisa não deve causar alarmismo“. No texto, o Butantan ainda alega que alertou a Anvisa por “extrema precaução” e que “convida a cúpula da Anvisa para voltar a conhecer as instalações das fábricas da Sinovac” na China.

O Instituto disse ainda que encaminhou à Anvisa, há 15 dias, a documentação necessária para a certificação do processo de produção em que foram feitas as doses agora banidas.

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G1

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