QUEIMADAS

Marina Silva declara guerra às queimadas criminosas: "É uma guerra que está sendo feita e que precisa ser feita"

Brasil enfrenta atualmente 931 focos de incêndio espalhados pelo território nacional

Marina Silva declara guerra às queimadas criminosas: "É uma guerra que está sendo feita e que precisa ser feita" - Imagem: Reprodução / Agência Brasil / Fabio Rodrigues-Pozzebom

William Oliveira Publicado em 27/09/2024, às 13h11

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, divulgou nesta sexta-feira (27) que o Brasil enfrenta atualmente 931 focos de incêndio espalhados pelo território nacional. Em uma entrevista concedida à CNN, Silva informou que 479 desses focos já foram controlados, mas destacou a dificuldade de acesso em aproximadamente 100 áreas afetadas.

Durante a entrevista, a ministra enfatizou a influência humana nas queimadas, classificando a situação como uma "guerra" contra práticas criminosas.

“É uma guerra que está sendo feita e que precisa ser feita, inclusive, no nível daqueles que praticam, criminosamente, a ação de atear fogo em áreas produtivas, dentro de unidades de conservação e em terras indígenas, mesmo em período de alto risco como esse, com a proibição total do [uso de] fogo em todo o território nacional”, declarou.

Marina Silva destacou ainda que uma combinação de fatores climáticos agrava a situação das queimadas no Brasil, incluindo baixa umidade e altas temperaturas. Segundo a ministra, cerca de 58% do território brasileiro enfrenta condições de seca, com um terço dessas regiões sofrendo com seca extrema, ventos fortes e atividades humanas incendiárias.

O governo, conforme anunciado por Silva, está intensificando as medidas punitivas contra incêndios criminosos. "Estamos reforçando as ações. Há uma curva de aprendizado", afirmou a ministra.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de queimadas na Amazônia já superou o total registrado em 2023. Até quarta-feira (25), foram identificados 102.993 focos de calor no bioma amazônico, em comparação com 98.646 em todo o ano anterior.

Até o momento, setembro deste ano já é o mês com mais queimadas registradas, ultrapassando a média histórica de 32,2 mil focos para o período. Até quinta-feira (26), foram contabilizados 39.804 focos.

O recorde anual aconteceu em 2004, com 218.637 ocorrências registradas desde que o Inpe iniciou o monitoramento em junho de 1998. Porém, somente entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 63.189 focos de incêndio no país, mais que o dobro do registrado no mesmo período de 2023, que teve 31.489 ocorrências.

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