A ferramenta foi comprada por general que contesta efetividade das urnas eletrônicas
Vitória Tedeschi Publicado em 03/08/2022, às 17h30
O Comando de Defesa Cibernética do Exército comprou, pela primeira vez, um equipamento para extrair dados de telefones celulares da internet e não explicou o motivo e para que será utilizado. A informação é da Folha de S. Paulo, publicada nesta quarta-feira (3).
Sem especificar nenhuma justificativa nem finalidade para a aquisição dos equipamentos, o contrato foi fechado com a empesa TechBiz Forense Digital, no dia 28 de dezembro de 2021. Não houve processo de licitação.
O responsável pela aquisição é o general Heber Garcia Portella, indicado das Forças Armadas para a comissão de transparência das eleições no TSE, crítico das urnas eletrônicas.
A ferramenta extrai dados de telefones celulares, mesmo bloqueados, permite recuperar imagens e localizações apagadas e capturar dados de sistemas de nuvem dos aparelhos e de registros em redes sociais como Twitter, Facebook e Instagram.
Os documentos da contratação não especificam, no entanto, quais celulares passariam a ser acessados, nem qual é o embasamento jurídico para esse tipo de acesso a dados privados da população. Essa é uma ferramenta utilizada normalmente pelas polícias Civil e Federal, Instituto Nacional de Criminalística e Ministério Público para destravar telefones apreendidos a partir de decisões de busca emitidas pela Justiça.
Procurado, o Exército não respondeu sobre a aquisição do equipamento. Os militares também ignoraram e-mails enviados pela reportagem da Folha questionando o objetivo da compra.