São Paulo

Roubos caem 50% no centro de São Paulo em cinco meses

Roubos caem 50% no centro de São Paulo nos primeiros cinco meses do ano, com 2,1 mil ocorrências

Estratégias de segurança reduzem roubos em 50% no centro de São Paulo - Imagem: Reprodução / Governo de São Paulo

Sabrina Oliveira Publicado em 27/06/2024, às 14h10

A região central de São Paulo, notória por seus altos índices de criminalidade, especialmente nos bairros Santa Cecília e Campos Elíseos, registrou uma queda significativa nos roubos durante os primeiros cinco meses deste ano. Em comparação com o mesmo período de 2023, os casos de roubo diminuíram de 4,1 mil para 2,1 mil, representando uma redução de 50%. Esse número é o segundo menor registrado desde 2013, ficando atrás apenas do ano de 2021, quando foram contabilizados 1,8 mil ocorrências, período marcado pelas restrições de circulação devido à pandemia de Covid-19.

Além dos roubos, os furtos também apresentaram uma queda expressiva de 32,6%, totalizando 4,7 mil ocorrências entre janeiro e maio deste ano, em comparação com 7 mil no mesmo período do ano anterior. O delegado Jair Ortiz, da 1ª Delegacia Seccional, responsável pela área, atribui essa redução às estratégias eficazes adotadas pelas forças de segurança, que tornaram o centro menos atrativo para a atividade criminosa.

Historicamente, o centro da capital paulista enfrentou altos índices de criminalidade, exigindo um diagnóstico detalhado dos problemas para formular uma resposta eficaz. O delegado Ortiz comparou a situação com um caso médico sem diagnóstico: "Chegamos em um ambiente onde não havia uma radiografia. Não tínhamos exames para entender qual era exatamente a doença que afligia o centro. A partir do momento em que entendemos isso, passamos a agir de forma diferente", explicou. A Polícia Civil iniciou um monitoramento detalhado dos criminosos atuantes na região, identificando conexões e tipificando os envolvidos em múltiplos crimes. Antes, um suspeito de furto era rapidamente liberado, mas agora, com a associação criminosa comprovada, enfrentam penas mais severas. Essa estratégia já havia sido utilizada com sucesso para combater a "gangue da bicicleta".

Desde o início da atual gestão, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) implementou um monitoramento detalhado dos índices criminais nos bairros com cenas abertas de uso, aliado a estratégias operacionais das Polícias Civil e Militar. Isso resultou na redução dos índices criminais e no aumento da sensação de segurança para a população. As medidas implementadas incluíram investimento em tecnologia e inteligência, além do reforço do efetivo policial com mais 400 militares na região central e 1,3 mil vagas para PMs na Atividade Delegada. Esses esforços visam devolver o centro à população, tornando-o um lugar mais seguro para viver e trabalhar.

Os criminosos, ao perceberem as ações das forças de segurança, adaptaram suas operações, utilizando pensões e hotéis como depósitos de drogas. No entanto, a polícia também ajustou suas táticas, como exemplificado pela Operação Downtown, que envolveu cerca de 400 policiais civis cumprindo 140 mandados de busca e apreensão contra uma facção criminosa que utilizava esses estabelecimentos para lavagem de dinheiro do tráfico. Nos primeiros cinco meses do ano, mais de uma tonelada de drogas foi apreendida na região central.

O sucesso das estratégias de segurança também se deve à integração das Polícias Civil e Militar com a Guarda Civil. O delegado Ortiz destaca a inédita união entre as forças de segurança com o objetivo comum de reduzir a criminalidade: "Queremos que as pessoas não sintam mais receio ao vir ao centro e vamos trabalhar mais para isso. A médio e longo prazo, significa que novos pontos comerciais vão se abrir e, além do empreendedorismo, teremos vagas de emprego. O centro vai voltar a ser um ponto turístico requisitado e, como resultado, haverá um aumento da receita do estado", concluiu Ortiz.

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