ENEL

Após perder concessão em Goiás, Enel lida com crise em vários estados

A empresa se tornou alvo de ações judiciais e comissões de inquérito por falhas na prestação de serviços

Investigada em diferentes regiões, a distribuidora segue acumulando problemas e insatisfações - Imagem: Divulgação

Sabrina Oliveira Publicado em 16/10/2024, às 09h47

A Enel, uma das maiores distribuidoras de energia no Brasil, está atravessando um momento crítico em sua operação. Após perder a concessão em Goiás, a empresa italiana agora enfrenta investigações e pedidos de intervenção em outros estados, como Rio de Janeiro, Ceará e São Paulo. A crescente insatisfação dos consumidores e as falhas no fornecimento de energia colocaram a empresa no centro de diversas ações judiciais e comissões de inquérito.

Em Goiás, a Enel operava desde 2017, mas foi alvo de repetidas críticas por não cumprir promessas de melhoria no serviço, além de registrar apagões que prejudicaram o agronegócio. A insatisfação culminou com a venda da operação para a Equatorial Energia por R$ 1,5 bilhão, mais a transferência de uma dívida de R$ 5,7 bilhões. O governador Ronaldo Caiado foi um dos principais críticos da concessionária e chegou a acionar a Procuradoria-Geral da República, alegando descumprimento de compromissos.

No Rio de Janeiro, a situação também é delicada. Prefeituras de várias cidades, como Niterói, Petrópolis e Paraty, formalizaram queixas sobre a qualidade do serviço prestado. O Ministério Público já moveu ações contra a empresa, pedindo indenização aos consumidores prejudicados. Em Niterói, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) recomendou a revogação da concessão, decisão que foi encaminhada para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e outros órgãos competentes.

O Ceará é outro estado onde a Enel enfrenta sérios desafios. Em agosto, a Agência Reguladora do Estado do Ceará (Arce) multou a empresa em R$ 28 milhões devido à alta frequência de apagões e atrasos na religação da energia. O número de reclamações registradas na ouvidoria da Arce teve um aumento significativo, passando de 1.415 para 2.580 nos últimos dois anos. Além disso, uma CPI instalada na Assembleia Legislativa pediu a suspensão do contrato da Enel por irregularidades e abusos.

A situação em São Paulo também gera preocupação, com um pedido de intervenção já tramitando para avaliar a continuidade da concessão. Especialistas afirmam que a série de problemas enfrentados pela Enel pode comprometer sua permanência no mercado brasileiro, especialmente se as investigações atuais levarem a novas sanções.

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