Dias Sem Energia

Após 5 dias de apagão, 100 mil imóveis ainda estão sem luz na Grande São Paulo

Enel promete resolver parte dos problemas nos próximos dias, mas população segue sem luz

População busca alternativas em meio à falta de luz - Imagem: Reprodução / Paulo Pinto / Agência Brasil

Sabrina Oliveira Publicado em 16/10/2024, às 08h43

Na manhã desta quarta-feira (16), moradores da Grande São Paulo continuavam a enfrentar os impactos de uma extensa falta de energia, que já dura mais de 100 horas. Segundo dados divulgados pela Enel, cerca de 100 mil imóveis permaneciam sem luz até às 6h. Do total de ocorrências, aproximadamente 7,6 mil são reflexos diretos do temporal que atingiu a região na última sexta-feira (11).

Embora a empresa tenha iniciado reparos imediatamente após a tempestade, a falta de previsão para a normalização total gerou insatisfação. Em resposta, o governador Tarcísio de Freitas se reuniu com prefeitos da região metropolitana e anunciou que pedirá intervenção federal no contrato de concessão da Enel. "Precisamos de uma solução rápida para evitar que esse caos se repita na próxima chuva", declarou o governador.

A interrupção no fornecimento afetou não apenas moradores, mas também setores essenciais. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estimou perdas de R$ 1,65 bilhão nos quatro dias de apagão. O comércio, sozinho, acumulou prejuízos superiores a R$ 500 milhões. Empresas relatam dificuldades para operar, com mercados, restaurantes e farmácias recorrendo a geradores para evitar a perda de mercadorias e garantir o atendimento básico.

Além dos transtornos econômicos, serviços essenciais também foram impactados. Escolas estaduais cancelaram as aulas e aguardam a conclusão das manutenções elétricas. Em meio ao caos, a Enel informou que mobilizou 500 geradores para hospitais e unidades de saúde que dependem de energia para o funcionamento de equipamentos críticos.

O governo federal, por meio do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou uma força-tarefa com outras concessionárias de energia para ajudar na solução do problema. "Ampliamos o número de profissionais de 1.400 para 2.900 e disponibilizamos mais de 200 caminhões para auxiliar nas reparações", explicou o ministro.

Apesar do reforço, o presidente da Enel, Guilherme Lencastre, evitou definir um prazo exato para a normalização do serviço, atribuindo os danos às rajadas de vento de 107,6 km/h que atingiram a capital paulista. A indefinição gerou críticas, tanto da população quanto das autoridades.

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