Alejandro Toledo foi acusado de receber aproximadamente US$ 35 milhões em propinas durante seu mandato, entre 2001 e 2006
William Oliveira Publicado em 22/10/2024, às 10h12
A Suprema Corte do Peru anunciou a condenação do ex-presidente Alejandro Toledo a 20 anos e seis meses de reclusão, após julgá-lo culpado por ter recebido subornos milionários da construtora brasileira Odebrecht. A decisão foi proferida em audiência realizada nesta segunda-feira (21), com a presença do ex-líder, de 78 anos.
Durante seu mandato, entre 2001 e 2006, Toledo foi acusado de receber aproximadamente US$ 35 milhões (cerca de R$ 200 milhões na cotação atual) em propinas. Os promotores alegam que os pagamentos foram efetuados para favorecer a Odebrecht na obtenção de contratos públicos, incluindo o projeto de construção de uma rodovia ligando a costa sul do Peru à Amazônia brasileira.
O julgamento, que se estendeu por um ano, teve como ponto central as acusações de lavagem de dinheiro e conluio. Apesar das evidências apresentadas pela promotoria, Toledo negou repetidamente qualquer envolvimento nos crimes.
O escândalo da Odebrecht, atualmente operando sob o nome Novonor, abalou toda a América Latina após a empresa admitir, em 2016, que pagou propinas a autoridades de mais de uma dezena de países para assegurar contratos governamentais.
Recentemente, Toledo havia solicitado à Suprema Corte permissão para cumprir sua pena em regime domiciliar devido ao tratamento contra um câncer. No entanto, tal pedido ainda não foi deliberado pelas autoridades judiciais.