Venezuela

Biden e Lula devem discutir crise eleitoral na Venezuela em conversa telefônica nesta terça-feira

Um funcionário dos EUA ressaltou que o resultado anunciado pelo CNE pode não refletir a vontade ou os votos do povo venezuelano

Biden e Lula devem discutir crise eleitoral na Venezuela em conversa telefônica nesta terça-feira - Imagem: Reprodução | X (Twitter) - @usembassy

Marina Milani Publicado em 30/07/2024, às 08h45

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, conversará por telefone com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na tarde desta terça-feira (30), sobre a crise eleitoral na Venezuela. A Casa Branca informou que o diálogo ocorrerá às 14h30 no horário local (15h30 de Brasília), e a pauta central será a instabilidade gerada pela falta de legitimidade do resultado eleitoral apresentado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.

A vitória de Nicolás Maduro, proclamada pelo CNE com 51,20% dos votos contra 44,20% de Edmundo González Urrutia, candidato da principal coalizão opositora, e outros oito concorrentes, foi anunciada com 80% da apuração concluída, sem uma contagem detalhada de votos, gerando desconfiança na comunidade internacional. Em resposta, o Brasil tem buscado acessar as atas eleitorais para certificar a vitória de Maduro. Para isso, Lula enviou seu assessor de assuntos internacionais e ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que se reuniu com Maduro para pressionar pela transparência nas eleições.

Os Estados Unidos expressaram dúvidas sobre a legitimidade do resultado anunciado pelo CNE. “Ao declarar um vencedor sem as apurações detalhadas de cada seção eleitoral para confirmar isso, os representantes de Maduro privaram de qualquer credibilidade os supostos resultados eleitorais que anunciaram”, afirmou um funcionário sênior dos EUA em teleconferência com jornalistas. Ele acrescentou: “Temos sérias preocupações de que esse resultado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.

Durante a conversa, Biden e Lula deverão explorar caminhos para resolver a crise e garantir um processo eleitoral transparente e legítimo na Venezuela. A comunidade internacional, liderada por Estados Unidos e Brasil, permanece atenta ao desdobramento dessa situação que impacta diretamente a estabilidade política e social na América do Sul.

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