Veja 10 curiosidades da final do Paulista de 1992, quando São Paulo e Palmeiras se enfrentaram

Palmeiras e São Paulo iniciam nesta quinta-feira, às 22h (de Brasília), no Allianz Parque, a decisão do Campeonato Paulista. Será a segunda vez que as duas

PALMEIRAS -

Redação Publicado em 20/05/2021, às 00h00 - Atualizado às 17h35

Times voltam a se encontrar numa decisão de estadual após 28 anos

Palmeiras e São Paulo iniciam nesta quinta-feira, às 22h (de Brasília), no Allianz Parque, a decisão do Campeonato Paulista. Será a segunda vez que as duas equipes se encontram numa final de estadual. O jogo de volta está marcado para o próximo domingo, às 16h, no Morumbi.

A partida terá transmissão da Globo, com narração de Cleber Machado e comentários de Caio Ribeiro, Casagrande e Salvio Spínola, e do SporTV Premiere, com narração de Jota Júnior e comentários de Alexandre Lozetti, Roque Junior e Sandro Meira Ricci.

Em 1992, o São Paulo, em seu período mais glorioso, levou a melhor sobre o Palmeiras, que iniciava naquele ano a parceria com a Parmalat e, depois, formaria um dos times mais vitoriosos da história do futebol brasileiro.

ge lista 10 curiosidades da disputa de 1992 que acabou com título do São Paulo:

O caminho até a final

O Paulista de 1992 foi disputado por 28 clubes divididos em dois grupos – o A, com os mais bem colocados em 1991, e o B, com os 14 demais. O São Paulo teve a melhor campanha do A, com 36 pontos (à época, vitórias rendiam dois pontos), seguido pelo Palmeiras, com 33 – o Mogi Mirim, no Grupo B, fez 37 pontos. Avançaram à segunda fase os seis melhores do Grupo A e os dois melhores do Grupo B.

Na segunda fase, contra Portuguesa, Ponte Preta e Santos, o São Paulo foi o melhor do Grupo 1. No Grupo 2, o Palmeiras terminou na liderança contra Corinthians, Guarani e Mogi Mirim. Assim, os dois times chegaram à final.

A decisão foi disputada em duas partidas, ambas com vitórias tricolores no Morumbi: 4 a 2 na ida, 2 a 1 na volta. Foi o terceiro título do clube naquele ano, depois da Libertadores e do Mundial.

Jogadores do São Paulo levantam taça do Paulistão de 1992 — Foto: Edu Garcia/Estadão Conteúdo

Briga pelas datas

Naquele ano também houve alguma polêmica por causa das datas das partidas da final – o Paulistão foi disputado no segundo semestre. A decisão estava marcada para 13 de dezembro, mas teria que ser remarcada por ser a mesma data do Mundial, em que o São Paulo enfrentaria o Barcelona.

O São Paulo queria que o primeiro jogo fosse marcado para o dia 4 de dezembro, o que lhe daria mais tempo para viajar ao Japão. O Palmeiras chegou a sugerir remarcar os dois jogos para depois do Mundial, nos dias 20 e 23. Mas foram acertados os dias 5 e 20 de dezembro, o que fez com os tricolores atravessassem o planeta entre uma partida e outra.

Confrontos anteriores

São Paulo e Palmeiras se enfrentaram duas vezes na primeira fase do Paulista, uma vitória para cada. No primeiro jogo, o São Paulo venceu por 1 a 0, gol de Dinho, que deixou o técnico Nelsinho Baptista à beira da demissão no Palmeiras – o que se confirmaria depois. No returno, o Palmeiras atropelou o São Paulo no Morumbi, uma vitória por 3 a 0 que colocou cada time em um grupo na segunda fase, evitando que eles disputassem entre eles uma vaga na final.

Direto para o aeroporto

Os jogadores do São Paulo deixaram o Morumbi, após a primeira partida da final, uma vitória por 4 a 2, divididos em dois grupos. Os solteiros foram para o centro de treinamentos do clube, de onde partiriam às 22h para o aeroporto de Guarulhos. Os casados foram liberados para passar em casa para se despedirem de seus familiares. No início da madrugada de domingo, o time embarcou para o Japão para a disputa do Mundial contra o Barcelona, uma semana depois.

BO contra Telê

As reclamações de Telê Santana contra a arbitragem eram comuns àquela época. Na final do Paulista, porém, elas chegaram a um novo patamar. Segundo edição da Folha de S.Paulo do dia 5 de dezembro, dia da partida de ida da final, a Federação Paulista de Futebol registrou um boletim de ocorrência contra o técnico para que ele fosse responsabilizado por qualquer agressão ou ameaça a membros da arbitragem. A entidade entendia que o treinador tinha levantado suspeitas contra árbitros que incitavam torcedores.

Raí no auge

O meia Raí estava em seu auge no São Paulo. No Paulista daquele ano, foi o artilheiro do time, com 15 gols – Valber, do Mogi Mirim, foi o artilheiro do torneio, com 17. O meia tricolor tinha feito cinco gols numa goleada de 6 a 0 sobre o Noroeste, em Bauru. Na partida de ida da final do estadual, Raí fez três gols na vitória por 4 a 2. O meia seria vendido ao PSG semanas depois do título, mas permaneceria mais seis meses no Morumbi, tempo para conquistar o bicampeonato da Libertadores em 1993.

Grana contra o jejum

O ano de 1992 foi o primeiro da parceria entre Palmeiras e Parmalat. A empresa investiu US$ 3 milhões, à época, para contratar Zinho, Mazinho, Jean Carlo, Sorato, Maurílio, Edinho Baiano e Daniel. O time não vencia um título desde 1976, um jejum que durava 16 anos – o dobro do jejum atual do São Paulo, sem taças desde 2012. A fila só seria encerrada no ano seguinte, no Paulista de 1993.

Zinho foi um dos reforços do Palmeiras em 1992; na foto, em duelo contra o Inter, pela Copa do Brasil — Foto: Arquivo / Agência RBS

Otacílio ignora sugestão de torcedor

Durante a semana da segunda partida da final, o técnico do Palmeiras, Otacílio Gonçalves recebeu um envelope durante um treino com texto com “duas jogadas infalíveis de ataque”. A carta era assinada por um engenheiro, de nome não revelado, e irritou Otacílio. “Se é assim tão fácil, vou projetar uma ponte e enviar o desenho para ele”, declarou o treinador segundo publicações da época.

Reforços palmeirenses incomodaram

O Palmeiras fechou, na semana da decisão contra o São Paulo, a contratação de dois jogadores que se tornariam históricos no clube nos anos seguintes: o zagueiro Antonio Carlos e o lateral Roberto Carlos. A notícia, porém, vazou antes do segundo jogo e gerou insatisfação no elenco palestrino. “Estou acostumado com especulações sobre meus substitutos e não me incomodo mais com isso. Mas é realmente desagradável uma notícia desse tipo circular justamente agora”, reclamou o zagueiro Toninho.

Roberto Carlos e Antônio Carlos apresentados no Palmeiras em 1992, após o Paulista — Foto: Edu Garcia/Estadão Conteúdo

Premiação bilionária

Campeões, os jogadores do São Paulo dividiram uma premiação bilionária. Mas na moeda da época, o cruzeiro. Foram 2,4 bilhões de cruzeiros, o equivalente a US$ 171 mil naquele período. Um dia antes, os jogadores tinham se reunido para decidir a divisão de prêmios que Raí tinha vencido como melhor jogador do Mundial disputado dia antes, dois carros. O valor dos veículos, de cerca de US$ 40 mil, foi rateado entre 18 atletas que foram a Tóquio.

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Fonte: Ge – Globo Esporte.

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