Medalhista de ouro desiste de Paralimpíada após pedido por assistente especial ser negado

A medalhista paralímpica norte-americana Becca Meyers anunciou nesta terça-feira que desistiu de disputar a Paralimpíada de Tóquio 2020. Segundo Meyers, o

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Redação Publicado em 20/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 14h30

A medalhista paralímpica norte-americana Becca Meyers anunciou nesta terça-feira que desistiu de disputar a Paralimpíada de Tóquio 2020. Segundo Meyers, o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) não atendeu ao pedido dela de ser acompanhada por uma assistente de cuidados pessoais (PCA).

“Tive que tomar a angustiante decisão de me retirar da Paraolimpíada de Tóquio 2020. Estou com raiva, estou decepcionada, mas, acima de tudo, estou triste por não representar meu país”, disse a nadadora paralímpica, que conquistou três ouros no Rio, em 2016, e tem ainda outras duas pratas e dois bronzes no currículo.

Em seu comunicado, Becca Meyers, que é paratleta surdo/cega, disse que o comitê norte-americano destinou apenas um PCA para acompanhar ela e outros 33 nadadores paralímpicos. Afirmou também que desde 2017 o USOPC libera que ela vá às competições internacionais com um PCA de confiança.

– Com o Covid existem novas medidas de segurança e limites de pessoas não essenciais em vigor, com razão, mas um PCA confiável é essencial para que eu possa competir – lamentou.

A medalhista paralímpica termina o texto em tom de desabafo, ressaltando que não deveria ter que brigar por algo que deveria ser dela de direito.

“Então, em 2021, por que, como pessoa com deficiência, ainda estou lutando pelos meus direitos? Estou defendendo as futuras gerações de atletas paraolímpicos, na esperança de que eles nunca tenham que sentir a mesma dor que passei. Basta.”

Becca Meyers levou ouro nas provas de 400m livre S13, 100m borboleta S13 e 200m medley SM13, além de prata nos 100m livres S13 nas Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. Em Londres 2012, levou prata nos 200m medley SM13 e bronze nos 100m livres S13.

Leia comunicado na íntegra

Tive que tomar a angustiante decisão de me retirar da Paraolimpíada de Tóquio 2020. Estou com raiva, estou decepcionada, mas, acima de tudo, estou triste por não representar meu país.

O USOPC negou uma acomodação razoável e essencial para que eu, como atleta surda-cega, pudesse competir em Tóquio, dizendo-me repetidamente que não preciso de um assistente de cuidados pessoais (PCA) “em quem confio” porque haverá um único PCA no staff disponível para ajudar a mim e 33 outros nadadores paraolímpicos, 9 dos quais também são deficientes visuais. O USOPC aprovou que eu tivesse um PCA de confiança (minha mãe) em todos os encontros internacionais desde 2017, mas desta vez é diferente. Com o COVID, existem novas medidas de segurança e limites de pessoas não essenciais em vigor, com razão, mas um PCA confiável é essencial para que eu possa competir.

Então, em 2021, por que, como pessoa com deficiência, ainda estou lutando pelos meus direitos? Estou defendendo as futuras gerações de atletas paraolímpicos, na esperança de que eles nunca tenham que sentir a mesma dor que passei. Basta.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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