Free Fire: de celular no congelador a coach do Santos/Real na LBFF, a virada de Profeta até elite do game

Há quase um ano, Júnior Morais fazia sua primeira live no Free Fire. Com pouca estrutura, ele passava por alguns maus bocados, em Teresina, no Piauí. Quando o

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Redação Publicado em 07/06/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h10

Após fechar estúdio de fotografia devido à pandemia e quase ficar cego por uma úlcera no olho, player ganha novo rumo no game e, com DNA superação, parte para desafio de levar organização ao título

Durante uma transmissão, o narrador alerta à tropa que assistia:

“Meu celular está esquentando muito e está demorando de fazer a troca aqui…”

Há quase um ano, Júnior Morais fazia sua primeira live no Free Fire. Com pouca estrutura, ele passava por alguns maus bocados, em Teresina, no Piauí. Quando o aparelho de celular esquentava, o jeito era colocá-lo no congelador de casa, por isso, essa mensagem de alerta. A insistência de continuar no FF foi premiada: Júnior, o Profeta, foi anunciado como coach do Santos/Real eSports para a Série A da Liga Brasileira de Free Fire (LBFF).

– Antes de ter o computador para fazer as lives, eu fazia pelo celular. Só que o celular esquentava muito, demais, e a plataforma não aguentava, travava muito. E aí, eu colocava o celular no congelador da geladeira para conseguir fazer a live – relembrou Júnior, sobre o começo.

Caberá a Júnior comandar a equipe na quinta edição da LBFF na busca pelo título inédito. A competição do game da Garena começa agora em junho, e para essa missão, o piauiense carrega a superação na veia: por causa da pandemia, precisou fechar o estúdio de fotografia, criado em 2015, de onde tirava o sustento. Nesse período, com uma úlcera de córnea, Júnior quase perdeu a visão.

Desempregado, o hoje coach do Santos/Real teve que se organizar para entrar no cenário competitivo do Free Fire. Júnior passou a organizar campeonatos do game, mas ganhava R$ 50 em duas semanas. A rede de contatos, contudo, o aproximou da Real.

– Comecei organizando campeonatos para ganhar R$ 50 em uma semana, mas eu ganhava R$ 50 por 15 dias porque não fechava as inscrições. Depois que fiz o primeiro, fiz outro, outro, conhecendo muita gente no cenário e acabei crescendo rápido, por conta de conhecer pessoas de guildas, e isso foi mexendo com muita gente – narrou.

Júnior Profeta, coach do Santos/Real na LBFF — Foto: Divulgação/Real

No mês de fevereiro, a história de Júnior, que também faz narração do Free Fire, mudou.

– Assinei com a Real com a line de emuladores. Em abril, foi feito o convite para assumir o time principal da LBFF, que está na Série A, em parceria com o Santos. Em curto espaço de tempo, sair do amador para o maior cargo profissional tão rápido foi uma grande emoção – comemorou Júnior, de 32 anos.

– O primeiro contato com o Free Fire para conseguir monetizar foi porque estava desempregado, tinha acabado de fazer cirurgia de úlcera de córnea, e fui atrás de organizar campeonatos. Estava muito difícil, auxílio emergencial negado, e isso (FF) veio como uma luz – contou.

Júnior Profeta — Foto: Arquivo pessoal

Com o contrato assinado, Júnior passou a morar em São Paulo, na gaming house do Santos, que fechou parceria com a Real para disputar a elite da LBFF. A esposa Débora e os filhos Victor, de 12 anos, e Hanna, de 6, saíram do Piauí e o acompanham.

– Devo muito o apoio da minha esposa, sempre esteve comigo, embarcou comigo e teve paciência para, no tempo certo, as coisas acontecerem. Eu falava que daqui a três meses as coisas iriam melhorar, não melhoravam. Falava, depois, em seis meses iria melhorar, não melhoravam. Ela conseguiu esperar com paciência. Em momento algum, me senti sem apoio. Aqui me encontrei – contou.

Júnior Profeta durante a apresentação virtual do Santos/Real — Foto: Reprodução

A quinta temporada da Liga Brasileira de Free Fire começa neste sábado, dia 12 de junho. A fase de grupos terá duração de seis semanas, indo até 19 de julho. A grande final da LBFF reunirá os 12 melhores times da fase de grupos e será realizada no dia 24 de julho.

– O time do Santos é bem estruturado, vem nos últimos dois anos na fase classificatória, pegando os primeiros lugares, mas quando chega à final ficou sem título. Não tem como sonhar em algo menor que o título, então, vamos lutar.

– Formamos um time muito forte. Então, é manter essa regularidade. A torcida do Santos é muito crítica, a gente redobra todas as atenções, e temos essa responsabilidade. Meu nível de trabalho chega a ser 12 a 14 horas por dia. Tenho plena consciência que nós vamos apresentar um bom trabalho – discursou o coach. Veja no vídeo abaixo a apresentação do time.

– Eu enxergo a equipe como campeã mundial. O primeiro é seguir o passo a passo, ser campeão da Liga Brasileira de Free Fire, e estamos trabalhando para isso. Não vamos brigar pelo meio de tabela, vamos brigar pelo título. Vou passar um pouco de experiência para que esses garotos consigam sentir mais confiantes e acreditar no potencial – projetou Júnior.

Júnior Profeta, coach do Santos/Real eSports — Foto: Divulgação/Real eSports

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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