Em último ano da gestão, Galiotte faz planos para o Palmeiras: “Entregar melhor do que peguei”

Figura importante na política do Palmeiras desde 2013, Maurício Galiotte se prepara para os últimos meses como presidente do clube com um desafio: entregar um

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Redação Publicado em 09/02/2021, às 00h00 - Atualizado às 22h29

Figura importante na política do Palmeiras desde 2013, Maurício Galiotte se prepara para os últimos meses como presidente do clube com um desafio: entregar um clube melhor ao seu sucessor.

Vice-presidente de Paulo Nobre de 2013 a 2015 e mandatário desde 2016, Galiotte permanece no cargo até o fim de 2021. A eleição para a escolha do novo comando será em novembro.

– Meu grande objetivo é entregar um Palmeiras melhor do que peguei. Nós já estamos conseguindo. Quando eu sair, o Palmeiras terá mais títulos, mais torcedores, uma marca mais forte… É um legado importante, um trabalho que agregou valor ao clube, esse é o maior objetivo hoje – afirmou o dirigente.

– O próximo passo eu não sei dizer. Vou estar à disposição do clube sempre. Tudo que o Palmeiras precisar, pode contar. Sou sócio, (conselheiro) vitalício… É uma honra, um orgulho. Seguirei frequentando o clube. O que farei exatamente, eu não sei, mas vou estar perto – acrescentou Galiotte.

Depois de uma temporada de desafios e problemas por causa da crise provocada pela pandemia do coronavírus, o Palmeiras atingiu o objetivo ao conquistar a Libertadores, mas falhou na disputa do Mundial de Clubes, no Catar.

Ainda levou o Paulistão vencendo o Corinthians, o maior rival, e está na final da Copa do Brasil, contra o Grêmio. Os jogos serão disputados nos dias 28 de fevereiro (fora) e 7 de março (em casa).

Na final da Libertadores, contra o Santos, imagens de Maurício Galiotte comemorando o gol de Breno Lopes, no fim do clássico no Maracanã, viralizaram na internet e chamaram a atenção:

– O fim de jogo estava muito tenso. Quando fizemos o gol, eu esqueci qualquer protocolo, abandonei e voltei a ser 100% torcedor de arquibancada. Esqueci onde eu estava, o que eu estava fazendo, o meu nome e fui festejar. Ali eu escorreguei, caí, mas o Palmeiras estava conquistando uma Libertadores e, antes de ser presidente, eu sou torcedor. Um torcedor fanático, desde que nasci.

Maurício Galiotte e Paulo Buosi na comemoração do título da Libertadores — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

– Sou um associado, um dirigente que frequenta o clube desde que nasci, ex-atleta do Palmeiras. Minha família não tem outro time, não existe outra cor. É só Palmeiras. Imagina o que acontece com um gol no último minuto da Libertadores. Não tem como segurar. Foi um momento de muita alegria e emoção. Foi o momento de maior emoção na minha vida no futebol. Por isso comemorei, escorreguei. Estava o Evair junto comigo lá.Outro dia liguei pra ele e falei que temos de marcar pra comemorar de novo. Foi muito bonito. Foi um momento puro, do futebol, de alegria – acrescentou.

Mas nem tudo é festa na política palmeirense. Opositores ao presidente Maurício Galiotte criticam o aumento das dívidas nos últimos anos. Depois de grandes investimentos, o clube mudou sua postura no mercado e passou a apostar na base e em contratações pontuais, o que será mantido em 2021.

Veja outros trechos da entrevista:

Títulos pelo Palmeiras

– A gente se sente muito feliz de poder participar e contribuir, colaborar para o crescimento do clube que torço desde criança, que eu amo. É uma satisfação enorme contribuir. Mais do que isso, de estar na história, o mais importante é o Palmeiras. O nome do Palmeiras é muito maior do que qualquer dirigente. Está muito acima de nós. Fico muito feliz de proporcionar essa alegria ao torcedor, com a Libertadores, os demais títulos que vencemos. Ao todo são cinco títulos, fico muito feliz.

– Se o torcedor estiver feliz e satisfeito, se a marca estiver fortalecida, como está hoje… Isso se consegue aumentando o número de torcedor, estamos atraindo novos investimentos, o Palmeiras é um clube que podemos chamar, em termos de crescimento de mercado, acima dos demais. Esse é o nosso objetivo. Se eu for considerado um presidente vencedor, é uma satisfação. Se o clube tiver uma posição de destaque, cada presidente agregar e evoluir, o Palmeiras será cada vez maior.

Reforços para 2021

– Todo grande jogador interessa ao Palmeiras. O importante é estarmos decidindo títulos. É o nosso objetivo maior, ser protagonista. Obviamente não vamos ganhar todos. Mas temos de estar sempre disputando títulos. Torcedor às vezes reclama e desabafa, mas o fato é que estamos disputando títulos, de uns anos para cá estamos entre os melhores. É isso que queremos. Nomes, só após o término da temporada. Aí sim a comissão avalia o elenco e vamos tratar. No momento não falamos nem de entradas e nem de saídas.Falamos em foco, trabalho, títulos e adversários.

Temporada de 2020

– Foi um ano muito difícil. Ninguém imaginava que teríamos de superar tantos desafios. A pandemia mudou a vida de todos nós. Naquele momento, nossa maior preocupação era com os colaboradores, associados, comissão, funcionários, jogadores… Era com as pessoas. E foi nessa direção que tomamos as decisões. Nos reunimos e decidimos que não iríamos demitir ninguém, pois isso ia agravar uma situação difícil que todos passavam. O Palmeiras é um clube muito familiar, a família Palmeiras nos enche de orgulho. Mantivemos o apoio aos atletas da base, alguns meninos sustentam a família. Mantivemos ajudas de custo aos amadores também.

– Foi uma decisão que tomamos pensando nas pessoas. E agradeço aos sócios que mantiveram as suas mensalidades, mesmo na dificuldade. Foram situações que convivemos e ainda estamos passando por um momento difícil. O que pudemos fazer, fizemos. Todos que contribuíram com clube fechado ou arena sem receber público estão recebendo créditos e vão poder usufruir. É uma forma de o Palmeiras devolver a ajuda a todos que nos ajudaram e foram tão importantes em um momento de dificuldade. Assim como foi com o elenco, eles entenderam a queda drástica de receitas, perdemos a fonte da arena, que é extremamente importante, uma queda no Avanti natural. Agradecemos a todos.

Críticas da torcida

– Sabemos que o torcedor é passional e vive de resultados, temos que entender. Quem trabalha no futebol, tem de entender o papel da torcida, que muitas vezes é baseado no resultado. Temos um projeto muito maior. Temos um painel de controle na mão e sabemos qual botão a gente aperta e em qual momento. O Palmeiras nos últimos anos ganhou cinco títulos importantes. Eu participei de todos: dois Brasileiros, uma Copa do Brasil, um Paulista e uma Libertadores. Se perguntássemos há um tempo atrás para um palmeirense se isso poderia acontecer, provavelmente a resposta seria que não.

– Vivíamos um momento muito difícil. Cada um faz o seu papel. Nós, que temos o planejamento, sabemos que o projeto está sendo bem feito. Não temos certeza do resultado, isso ninguém tem. Mas sabemos que o Palmeiras tem diferentes fontes de recursos, trabalhamos muito para isso. A marca está crescendo e vamos deixar um Palmeiras muito melhor que o que pegamos. Isso deixa o projeto consistente. O resultado pode não vir de imediato, mas temos de ter convicção no que fazemos.

– O torcedor vai cobrar, exigir, exagerado como o palmeirense é, faz parte, é da essência do palmeirense. Ele sofre antes, durante e depois. Está dentro dele, é uma coisa natural. Temos que saber que nosso trabalho tem consistência.

Acordo com o elenco

– Chegou um momento que não tínhamos receita suficiente para os nossos compromissos, tivemos que conversar com os jogadores, eles foram muito parceiros do clube, aceitaram a redução de salário. E como contrapartida fizemos um acordo com o elenco. Se conseguissem esportivamente, com resultados, algo acima do que planejamos na previsão orçamentária, que seria chegar em uma semi de Libertadores e na final da Copa do Brasil, teríamos condições com a premiação de devolver a contribuição que fizeram com o clube na dificuldade. Eles conseguiram e foram além, estando nas duas finais. O Palmeiras já devolveu todo o montante aos atletas. Agradecemos publicamente pois eles estiveram ao lado do clube e contribuíram nesse processo todo.

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Fonte: GE – Globo Esporte.

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