- Comecei tarde. As 16 anos comecei a treinar como goleira e de lá até agora a chave foi treinar duro, aprender o máximo possível, observar muito.
Redação Publicado em 19/07/2021, às 00h00 - Atualizado às 11h32
– Comecei tarde. As 16 anos comecei a treinar como goleira e de lá até agora a chave foi treinar duro, aprender o máximo possível, observar muito. Infelizmente comecei tarde porque no Chile não havia oportunidade de treinar futebol para mulheres – afirmou Chris Endler em entrevista exclusiva.
Foi no Mundial de 2008 que ela se deu conta de que essa seria sua trajetória de vida. Foi o destaque e acabou sendo chamada para jogar nos Estados Unidos. Um caminho até a Europa: Inglaterra, Espanha, França. Depois de quatro temporadas no PSG, onde foi companheira de Formiga, conquistou o título francês desta temporada e em seguida se despediu. Assinou por três temporadas com o Lyon.
– O nível que estou ocupando eu e minhas companheiras também é super importante. Abrimos um caminho para as meninas que queiram praticar esporte, futebol. Com trabalho, sonhos, se pode cumprir todos os objetivos. Há um futebol profissional lá fora e que podem se dedicar a isso. O maior objetivo é mostrar às meninas que os sonhos se cumprem – garante Endler.
Entre atuações destacadas está a protagonizada diante dos Estados Unidos na última Copa do Mundo, em 2019. Apesar da derrota por 3 a 0, a goleira fez defesas incríveis. Para ela, ter jornadas como aquela, não ajuda somente em sua carreira, mas também a propagar o futebol feminino.
– O futebol e o esporte se guiam muito por resultados e por boas atuações. Quando as coisas não saem bem não vão falar muito de você e não vão ter como conhecer teus triunfos. Destacar-se diante de uma equipe como Estados Unidos sem dúvida ajuda a expandir a imagem do futebol feminino, que te conheçam mais no exterior, que te conheçam mais no seu país e que as meninas veem que se pode conquistar coisas – afirma.
E como bem coloca a comentarista do Esporte da Globo, Ana Thais Matos, Endler é exemplo por sua técnica, independentemente de gênero:
– Quando se fala em goleira moderna, a Endler é exemplo perfeito independentemente do gênero. Ela joga bem com os pés, ela tem reposição com as mãos perfeita e tem uma leitura tática do jogo muito acima da média. É uma grande goleira e que vai fazer muita diferença mesmo com uma seleção tão frágil como é a do Chile.
A meta da seleção chilena na Olimpíada não é grande: passar da primeira fase já seria um grande feito. O Chile ocupa a 37ª posição no ranking da Fifa. Esta será a primeira vez que um esporte coletivo estará representando o país em uma Olimpíada.
– Nosso principal objetivo é competir e não só participar. Queremos passar da primeira fase. Para isso temos que ganhar uma partida e ao menos empatar outra. Esse é o objetivo – afirma.
Com Chris Endler, o Chile vai tentar transformar as lágrimas da última Copa do Mundo em sorriso. Não só por elas, mas pelo futuro do futebol feminino também.
– Abrimos um caminho para as meninas que queiram praticar esporte, futebol. Com trabalho, sonhos, se pode cumprir todos os objetivos. Há um futebol profissional lá fora e que podem se dedicar a isso. O maior objetivo é mostrar às meninas que os sonhos se cumprem.
Goleira Claudia Endler em ação na estreia da Copa do Mundo Feminina — Foto: Reprodução/Twitter
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Fonte: GE – Globo Esporte.