Rogério Caboclo cobra STJD julgamento de pedido para voltar ao comando da CBF

A defesa do presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, ingressou há pouco com novo pedido ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para que o órgão

ROGERIO -

Redação Publicado em 25/08/2021, às 00h00 - Atualizado às 15h40

A defesa do presidente afastado da CBF, Rogério Caboclo, ingressou há pouco com novo pedido ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para que o órgão decida sobre a volta imediata do dirigente ao posto. Os advogados informaram ao Tribunal Desportivo a decisão da Comissão de Ética que recomendou o afastamento de 15 meses do dirigente (três já cumpridos) por “conduta inapropriada” e não por assédio sexual e moral, conforme denunciado por sua secretária.

Mais cedo, o Conselho de Administração da CBF escolheu Ednaldo Rodrigues para substituir Antônio Carlos Nunes, o Coronel Nunes, no comando interino da entidade. A reunião contou com os oito integrantes do conselho, formado apenas pelos vices. Em seguida, os presidentes das federações estaduais aceitaram a escolha. Ednaldo é vice da CBF e foi presidente da Federação Bahiana de Futebol até 2019.

Na visão dos advogados de Caboclo, o pedido ao STJD tem caráter liminar, ou seja, de urgência, e está sem decisão há 32 dias, o que contraria determinação do Código Brasileiro de Justiça Desportiva. A argumentação da defesa é que não há previsão legal para a decisão que afastou Caboclo por 60 dias (em julho), quando as investigações ainda estavam em curso. Também foi anexada ao pedido a decisão da árbitra Paula Forgioni, do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), que suspendeu a Assembleia Geral da CBF, marcada para esta quarta-feira.

A decisão da Comissão de Arbitragem ainda precisa ser validada pela Assembleia Geral, composta pelos 27 presidentes de federações, em sessão que ainda não tem data marcada para ocorrer. Pelo estatuto da CBF, ela deverá ser marcada após oito dias da publicação do relatório da Comissão e embora o resultado já seja conhecido, ele ainda não foi publicado oficialmente.

A Assembleia não pode atribuir pena maior da que já foi recomendada, apenas referendar o relatório ou anular a decisão. Se a pena for mantida, Caboclo voltará ao cargo em setembro de 2022 e dificilmente poderá concorrer à reeleição, já que a eleição da entidade para o mandato que começará em 2023 deve acontecer em abril de 2022.

A decisão da Comissão surpreendeu e revoltou a maioria dos presidentes que acreditavam que Caboclo seria banido de suas atividades em tempo maior que seu mandato.

A denúncia contra Caboclo

No dia 4 de junho, uma funcionária da CBF protocolou denúncia de assédio sexual e moral contra Rogério Caboclo. O documento foi entregue à Comissão de Ética da CBF e à Diretoria de Governança e Conformidade.

Entre os fatos narrados por ela, estão constrangimentos sofridos por ela em viagens e reuniões com o presidente e na presença de diretores da CBF. Na denúncia, a funcionária detalha o dia em que o dirigente, após sucessivos comportamentos abusivos, perguntou se ela se “masturbava” – o áudio desta conversa foi revelado pelo Fantástico em 6 de junho. Entre outros episódios, segundo a funcionária, Caboclo tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro, chamando-a de “cadela”.

Dois dias depois da denúncia, em 6 de junho, Caboclo foi afastado da presidência da CBF por 30 dias, por determinação da Comissão de Ética do Futebol Brasileiro. Na ocasião, a entidade informou que o processo seguiria em sigilo. O presidente afastado nega as acusações. Em 3 de julho, a Comissão renovou o afastamento de Caboclo por 60 dias, até o fim da investigação, cujo parecer foi divulgado nesta terça. É esta decisão o alvo do pedido ao STJD por parte de Caboclo.

Na semana passada, mais uma funcionária da CBF denunciou Caboclo, desta vez por assédio e agressão. A Comissão de Ética abrirá uma nova investigação. A Assembleia Geral votará somente o parecer da comissão sobre a primeira denúncia.

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Fontes: Ge – Globo Esporte.

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