O caso aconteceu dias antes da abertura da Copa do Mundo no país
Nathalia Jesus Publicado em 16/11/2022, às 10h41
Rasmus Tantholdt, jornalista dinamarquês responsável pela cobertura da Copa do Mundo no Catar pela TV2, foi ameaçado por seguranças cataris durante uma transmissão ao vivo.
O repórter estava comentando com o âncora do jornal justamente que sua equipe estava sendo abordada por autoridades de segurança da região.
Imediatamente, as imagens mostraram seguranças tentando impedir que os cinegrafistas registrassem imagens da abordagem e do local.
No vídeo, é possível ver Tantholdt tentando argumentar com os oficiais:
"Estamos ao vivo na televisão dinamarquesa. Senhor, você convidou o mundo inteiro para vir aqui, por que não podemos filmar, é um lugar público", disse ele.
As imagens também registraram o momento em que Tantholdt tenta mostrar suas credenciais de imprensa, que permitem que eles filmem em qualquer lugar do país, para os seguranças, que insistem na abordagem constrangedora.
Após o incidente, o Comitê Supremo do Catar formalizou um pedido de desculpas à equipe de reportagem. O repórter envolvido no caso também afirmou ter recebido um pedido de retratação dos seguranças cataris logo após o ocorrido.
"Diz muito sobre o que é o Catar. Você pode ser atacado e ameaçado enquanto trabalha na mídia livre. Não é um país democrático. Minha experiência após visitar 110 países no mundo é: quanto mais você tem a esconder, mais difícil é para fazer uma reportagem lá", comentou Tantholdt.
We now got an apology from Qatar International Media Office and from Qatar Supreme Commitee.
— Rasmus Tantholdt TV2 (@RasmusTantholdt) November 15, 2022
This is what happened when we were broadcasting live for @tv2nyhederne from a roundabout today in Doha. But will it happen to other media as well? #FIFAWorldCupQatar2022 pic.twitter.com/NSJj50kLql