Ele começou a passar mal na manhã de quinta-feira (05) e foi recusado em outros hospitais.
Marina Roveda Publicado em 06/01/2023, às 10h44
Vitor Augusto Marcos, de 25 anos, morreu na porta do Hospital Geral de Taipas, localizado na Zona Norte de São Paulo. Ele começou a passar mal na manhã de quinta-feira (05), foi atendido na UPA de Perus mas foi encaminhado para um hospital onde foi recusado duas vezes.
“A saga começou quando meu filho chegou no hospital cachoeirinha, que onde falaram que não tinha suporte para obeso. Aí eu fiquei louca: "como assim? Se o Cross [central de regulação de ofertas e serviços de saúde] mandou a vaga para cá, como que não vai aceitar?", afirma a mãe, Andreia Marcos da Silva a reportagem do g1.
Vitor aguardou por mais de três horas dentro da ambulância por uma maca. Por conta da demora, o jovem sofreu três paradas cardíacas e faleceu. Ele foi atendido pelos socorristas do Samu dentro da ambulância, mas não teve sucesso.
Ele pesava 190 kg e precisava de uma maca específica, o que dificultou a transferência.
Em nota enviada pela Secretaria estadual da Saúde ao portal do g1, a Secretaria afirma que investiga o atendimento "para que sejam tomadas as devidas providências."
A família acredita que houve negligência no atendimento e falta de estrutura médica.
"Foi negligenciado, meu filho foi. Meu filho não tem o direito de ter uma maca, meu filho ficou em um assoalho, isso eu nunca vou esquecer. Meu filho morreu em cima de um assoalho, ele não teve direito de morrer em cima de um colchão.”
“O sentimento da perda nunca vai ser bom, não importa se é filho, irmão, pai, mãe, não importa. A dor do luto é muito difícil. Mas o que eu quero deixar bem claro para as redes públicas, é que dê suporte a obesos, para que outras mães não venham passar o que eu passei.”